A notícia de que José Lello e António Braga terão, alegadamente, trocado financiamento partidário por cargos políticos é grave. Em minha opinião, mais grave do que a também alegada história de compra de votos no PSD por parte de António Preto, pois não estamos a falar apenas de um processo interno de uma instituição (embora os partidos políticos façam parte do chamado “aparelho de estado”), mas da ocupação de cargos públicos. Tendo dito isto, o assunto mereceu pouca atenção. Porquê? Por algum conluio mediático protegendo o PS? Por razões que terão que ver com a tão propalada “asfixia democrática”? Não me parece... Vejamos:
Bom, em primeiro lugar porque surgiu na sequência desse outro caso - o de António Preto - e como ambos apresentam algumas características comuns, o segundo acabou por ficar a perder em termos de impacto e “novidade” – logo, notoriedade. Em segundo lugar, porque surgiu numa altura em que o caso das alegadas escutas a Belém ocupava o espaço mediático destinado a este tipo de temas e, em importância, não se conseguia a ele sobrepor. Por último, porque o caso da compra de votos no PSD colidia frontalmente com o “leit-motiv” de campanha do partido (verdade, honestidade, etc), o que não acontecia no caso do PS - o voto neste partido e em José Sócrates pouco ou nada terá a ver com questões desta ordem -, tornando-se assim, por força dessa contradição, mais importante em termos de notícia.
Eis, portanto, um bom exemplo de como os “timings” noticiosos e conexões circunstanciais podem contribuir para dar maior ou menor importância mediática a determinados acontecimentos. Aliás, a multiplicação de “escândalos” noticiados pelos “media”, nos últimos tempos, acabará por gerar um mecanismo idêntico à história dos lobos: verdadeiros ou falsos, serão desvalorizados e ninguém acabará por lhes prestar muita atenção.
Bom, em primeiro lugar porque surgiu na sequência desse outro caso - o de António Preto - e como ambos apresentam algumas características comuns, o segundo acabou por ficar a perder em termos de impacto e “novidade” – logo, notoriedade. Em segundo lugar, porque surgiu numa altura em que o caso das alegadas escutas a Belém ocupava o espaço mediático destinado a este tipo de temas e, em importância, não se conseguia a ele sobrepor. Por último, porque o caso da compra de votos no PSD colidia frontalmente com o “leit-motiv” de campanha do partido (verdade, honestidade, etc), o que não acontecia no caso do PS - o voto neste partido e em José Sócrates pouco ou nada terá a ver com questões desta ordem -, tornando-se assim, por força dessa contradição, mais importante em termos de notícia.
Eis, portanto, um bom exemplo de como os “timings” noticiosos e conexões circunstanciais podem contribuir para dar maior ou menor importância mediática a determinados acontecimentos. Aliás, a multiplicação de “escândalos” noticiados pelos “media”, nos últimos tempos, acabará por gerar um mecanismo idêntico à história dos lobos: verdadeiros ou falsos, serão desvalorizados e ninguém acabará por lhes prestar muita atenção.
4 comentários:
"Isto não é um país é um sítio mal frequentado" - José Cardos Pires em "Alexandra Alpha"
Mas o livro (do JCP) é uma seca... Prefiro "O Delfim", um dos meus livros de cabeceira, embora nunca leia na cama...
Amanhã à noite vou reflectir para a "Catedral".
Abraço
gin-tonic :Já a princeza Ratazi, que põs Camilo CB com os nervos em franja,o dizia...
JC: o unico partido que me convence é o SLB! Boa sorte para amanhã!
Thank u!
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