+ Perante a tentativa do PSD de colocar a luta eleitoral no terreno e termos que lhe são favoráveis, na opção entre a seriedade, rigor e autenticidade atribuíveis a Manuela Ferreira Leite (a “candidata da verdade”) e a arrogância, pouca seriedade de processos, passado político nebuloso e opções propagandísticas de José Sócrates (colocado na posição de alguém pouco credível), este assumiu o combate, reposicionando-o em torno dos contrastes que mais o favorecem: entre alguém com uma visão de modernidade e futuro, uma concepção cosmopolita e aberta, positiva da sociedade (ele, José Sócrates) e um outro líder (Ferreira Leite) que terá do país e do mundo uma visão retrógrada, conservadora, negativista, fora de moda, quase como se fosse uma Maria Guardiola fora do seu tempo. Propositadamente ou não, Judite Sousa deu a esta opção uma boa ajuda, ao interrogá-lo no final da entrevista sobre a condição de homem “sexy” que lhe é muitas vezes atribuída. Nesse momento, José Sócrates deveria ter agradecido a benesse e Ferreira Leite contorcido, mas, de facto, o contraste é bem evidente e demasiado fácil de ser percepcionado sem ser necessário recorrer a maçadoras leituras programáticas. Para além disso, lembremo-nos, estão em jogo umas centenas de milhar de novos eleitores. Um contraste no qual José Sócrates fará bem em continuar a insistir.
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