Fazendo contas ao números indicados pelo “Público”, o total de espectadores dos jogos da última jornada da 1ª liga em que os “grandes” não participaram foi de 17.053. Dividindo este número pelos seis jogos, isto vale uma média de 2.842 espectadores por jogo, sendo que a maior assistência foi de 4.423 espectadores, no Académica - D. das Aves, e a menor de 1.000, no V. de Setúbal - União de Leiria e no Belenenses – Paços de Ferreira. Isto significa que o número de espectadores do total destes seis jogos correspondeu a 65.4% da assistência do SLB – Estrela (26.084 espectadores), 45.9% do número de espectadores do SCP – FCP (37.136) e a 27% do conjunto de espectadores destes dois jogos. Para quem achava os novos estádios iriam trazer mais público... estamos conversados.
Sabendo que o número de espectadores dos jogos em que os “grandes” se deslocam ao campo dos adversários “pequenos” são aqueles em que estes conseguem ter um maior número de espectadores e que são eles que justificam as receitas de televisão destes últimos, estamos perante uma situação em que, de facto, os clubes pequenos “parasitam” os “grandes”, sendo estes a financiá-los não recebendo daí qualquer benefício. Acresce que todos os clubes, principalmente os “grandes”, estão basicamente falidos. Por exemplo, o SLB apresentou ontem um passivo de 152 milhões de euros (um crescimento de 20% e 26.1 milhões face ao último exercício) e, pior ainda, a dívida de curto prazo passou de 58 para 101 milhões. Não se percebe como irá recuperar. A situação de SCP e FCP já era por demais conhecida, sendo que o SCP é o único onde se pode verificar alguma preocupação com a possível resolução do problema ou, pelo menos, com a sua contenção. É o único onde se pode detectar algo de parecido com gestão. Tudo isto apesar das generosas contribuições estatais... Mais ainda, os clubes “grandes” não têm qualquer hipótese de crescimento previsível, no futuro, já que dominam mais de 95% do mercado. Mesmo a “canibalização”, entre eles, se afigura difícil, já que a “lealdade de marca” é muito elevada.
Que fazer então? A única possibilidade é conquistar mais mercado, atraindo um maior número de espectadores aos jogos e ás transmissões televisivas, o que só poderá ser feito se os “grandes” decidirem dar o único passo inteligente que lhes resta: jogarem o campeonato de Espanha. Passariam a ter um maior número de espectadores no estádio (é diferente jogar contra o Barça, Real Madrid, Valência, etc, ou jogar contra o Aves ou a Naval) e quanto a verbas de televisão nem vale a pena falar, já que o mercado não seria apenas a soma de Espanha + Portugal mas todo o Mundo. As receitas de merchandising seguiriam, claro está, o mesmo caminho. Inclusivamente, por via de uma maior e melhor concorrência, isso obrigaria os clubes portugueses a melhorarem decisivamente a sua gestão. Contras? Não vejo quais... É claro que nos primeiros dois ou três anos o trio SLB/SCP/FCP teria dificuldades em lutar para o título, mas logo que o alargamento do mercado, assim conseguido, começasse a dar os seus frutos, a capacidade competitiva acrescida depressa ultrapassaria o problema, colocando-os ao nível de clubes como o Valência e perto de R. Madrid ou Barcelona. Para Espanha também não vejo qual o problema, pois seria bem melhor, para a respectiva liga, contar com o trio português do que com o Espanyol, Nastic ou Recreativo de Huelva. Claro que há o problema UEFA, mas pelo menos valia a pena tentar. Até porque parece ser a derradeira hipótese.
Sabendo que o número de espectadores dos jogos em que os “grandes” se deslocam ao campo dos adversários “pequenos” são aqueles em que estes conseguem ter um maior número de espectadores e que são eles que justificam as receitas de televisão destes últimos, estamos perante uma situação em que, de facto, os clubes pequenos “parasitam” os “grandes”, sendo estes a financiá-los não recebendo daí qualquer benefício. Acresce que todos os clubes, principalmente os “grandes”, estão basicamente falidos. Por exemplo, o SLB apresentou ontem um passivo de 152 milhões de euros (um crescimento de 20% e 26.1 milhões face ao último exercício) e, pior ainda, a dívida de curto prazo passou de 58 para 101 milhões. Não se percebe como irá recuperar. A situação de SCP e FCP já era por demais conhecida, sendo que o SCP é o único onde se pode verificar alguma preocupação com a possível resolução do problema ou, pelo menos, com a sua contenção. É o único onde se pode detectar algo de parecido com gestão. Tudo isto apesar das generosas contribuições estatais... Mais ainda, os clubes “grandes” não têm qualquer hipótese de crescimento previsível, no futuro, já que dominam mais de 95% do mercado. Mesmo a “canibalização”, entre eles, se afigura difícil, já que a “lealdade de marca” é muito elevada.
Que fazer então? A única possibilidade é conquistar mais mercado, atraindo um maior número de espectadores aos jogos e ás transmissões televisivas, o que só poderá ser feito se os “grandes” decidirem dar o único passo inteligente que lhes resta: jogarem o campeonato de Espanha. Passariam a ter um maior número de espectadores no estádio (é diferente jogar contra o Barça, Real Madrid, Valência, etc, ou jogar contra o Aves ou a Naval) e quanto a verbas de televisão nem vale a pena falar, já que o mercado não seria apenas a soma de Espanha + Portugal mas todo o Mundo. As receitas de merchandising seguiriam, claro está, o mesmo caminho. Inclusivamente, por via de uma maior e melhor concorrência, isso obrigaria os clubes portugueses a melhorarem decisivamente a sua gestão. Contras? Não vejo quais... É claro que nos primeiros dois ou três anos o trio SLB/SCP/FCP teria dificuldades em lutar para o título, mas logo que o alargamento do mercado, assim conseguido, começasse a dar os seus frutos, a capacidade competitiva acrescida depressa ultrapassaria o problema, colocando-os ao nível de clubes como o Valência e perto de R. Madrid ou Barcelona. Para Espanha também não vejo qual o problema, pois seria bem melhor, para a respectiva liga, contar com o trio português do que com o Espanyol, Nastic ou Recreativo de Huelva. Claro que há o problema UEFA, mas pelo menos valia a pena tentar. Até porque parece ser a derradeira hipótese.
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