Ao longo da minha vida, Madrid (cidade onde o meu pai nasceu e se fez andante e falante) tornou-se cada vez mais uma cidade familiar. Primeiro, por questões profissionais (muito) e de turismo (nem tanto); hoje em dia, muito por uma parte da família mais chegada ter decidido por aqui se fixar. De tal modo, que sempre preferi Madrid (onde me sinto mais “em casa”) a Barcelona, apesar da grande carga negativa da cidade capital do “franquismo” vs a liberal e sempre “rebelde” Catalunha. Mas as memórias que sempre guardo são as da minha primeira visita, ainda uns anos antes da adolescência, lembrança de uma cidade que, talvez influenciado pela luz, rio e prédios claros de Lisboa, me pareceu escura, pobre e suja, cerca de vinte anos depois do fim da guerra civil. Talvez por isso, ainda na mesma viagem e passando ao País Basco francês, sejam vivas memórias de uma Biarritz luminosa e limpa, embora o dia fosse cinzento e de mar bravio.
Também foi em Madrid, e nessa mesma viagem, a minha primeira ida aos “toiros”, em “Las Ventas”, e logo de morte com “sorte de varas” e tudo que espanhóis não fazem as coisas pela metade. Em toda a minha vida, devo ter visto “ao vivo” bem menos de uma dezena de “corridas”, e a maioria delas por questões profissionais ou sociais que não podia recusar. Tenho perante a Fiesta uma elação de “amor/ódio”, em que do lado dos activos - que é sempre o dos amores - coloco a iconogafia, os passodobles, as mulheres e os charutos - e talvez também as crónicas “coloridas”, no já extinto “Diário de Lisboa”, de um tal que se assinava “El Terrible Perez – e do passivo, a vergonha de ver torturar o pobre “bicho” para gáudio de uns tantos e lucro de outros poucos. Mas a coisa ter-me-á impressionado, de tal modo que não descansei enquanto, chegada a idade de maior entendimento, não tratei de perceber os “quês” e os “porquês” de tal assunto. Finalmente, feito o balanço, deixem lá os bichos em paz e dêem-me o resto. Será isso possível?
Também foi em Madrid, e nessa mesma viagem, a minha primeira ida aos “toiros”, em “Las Ventas”, e logo de morte com “sorte de varas” e tudo que espanhóis não fazem as coisas pela metade. Em toda a minha vida, devo ter visto “ao vivo” bem menos de uma dezena de “corridas”, e a maioria delas por questões profissionais ou sociais que não podia recusar. Tenho perante a Fiesta uma elação de “amor/ódio”, em que do lado dos activos - que é sempre o dos amores - coloco a iconogafia, os passodobles, as mulheres e os charutos - e talvez também as crónicas “coloridas”, no já extinto “Diário de Lisboa”, de um tal que se assinava “El Terrible Perez – e do passivo, a vergonha de ver torturar o pobre “bicho” para gáudio de uns tantos e lucro de outros poucos. Mas a coisa ter-me-á impressionado, de tal modo que não descansei enquanto, chegada a idade de maior entendimento, não tratei de perceber os “quês” e os “porquês” de tal assunto. Finalmente, feito o balanço, deixem lá os bichos em paz e dêem-me o resto. Será isso possível?
1 comentário:
Gostei imenso deste post sobre Madrid. Mais ainda da sua opinião em relação aos "toiros"!
Como vê estou fa do seu blog!
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