Não é meu hábito tentar explicar a História através das "teorias da conspiração", ou sequer de maquinações mais ou menos esotéricas. Ponto final. Não sei mesmo como certa esquerda, que mergulha as suas raízes no “materialismo histórico” e dele se reclama, se apressa a fazê-lo fazendo tábua rasa das suas origens quando muito bem lhe dá jeito. Assim, “a modos” como se fosse uma teoria descartável: usa, abusa e deita fora quando convém, e “o comunismo até caiu porque o Gorbachov era da CIA”. Mas parece que estão na moda, depois do sucesso “Dan Brown/Da Vinci”. É que, após o documentário “Loose Change” (nada contra a sua exibição, cada um é livre de acreditar nas parvoíces que lhe apetece e não me parece negativo que a televisão pública o tenha exibido), aí está, com o “alto patrocínio” do FJV, a “versão” conspirativa, em português, da morte de João Paulo I e, sem o seu patrocínio o que tornará – hélas - a história bem menos credível, a centésima vigésima primeira (ou será segunda?) “elucubração” sobre a morte da Princesa Diana* (parece que desta vez trocaram os corpos, ou coisa do género, e quem estava bêbado passou a estar sóbrio e vice-versa). Adiante, porque a moda está mesmo para durar e, de acordo com esta notícia do “Público” (finalmente linkável), estará em gestação a “Teoria Conspirativa do PP (de Espanha) sobre o Atentado Terrorista de 11 de Março”. Uma conclusão e uma pergunta:
- O afã do PP em justificar o injustificável, bem acompanhado pelos sempre interessantes “blasfemos” (mtº obrigado pelo simpático mail de felicitações pelo início deste blog), e outros que o são menos, da direita radical portuguesa, começa a ser não sei se ridículo se patético se as duas coisas ao mesmo tempo. Começam a ficar estranhamente parecidos com os “fiéis” de Camarate: tem que ser atentado e “prontos".
- Gostaria também de saber a opinião sobre este assunto dos que se têm manifestado “escandalizados” com a exibição de “Loose Change” e defendem as “teorias” do PP ou outras igualmente conspirativas, ou seja, se existem boas e más teorias da conspiração - assim, consoante a sua origem. É que elas até são estranhamente parecidas. Aliás, as teorias da conspiração são sempre estranhamente parecidas: metem sempre serviços secretos, organizações tidas por secretas ou para secretas do tipo “Maçonaria”, “Opus Dei” e “Mafia”, descobertas tardias surpreendentes, ambições de poder inconfessáveis e... vinganças! Será que, neste caso, não é disso (vingança, ou desejo dela) que estamos a falar?
* Vítor da Cunha Rego foi o autor da melhor frase por mim lida ou ouvida sobre Diana Spencer: “trocou a aristocracia pelo jet set”. Na mouche!
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