Quando, em criança, acompanhava o meu pai ao alfaiate, ali para os lados da Rua de Santa Justa, o "mestre" começava por perguntar ao cliente se queria o fato com um casaco "paletó" ou "jaquetão". Com o andar dos tempos e, principalmente, o domínio do "pronto a vestir", o "jaquetão", que era minoritário, começou a cair em desuso, excepção aos "blazers" onde continuou a ter o seu lugar de eleição: fabricar e vender fatos de "jaquetão"significava mais um modelo a produzir e a "stockar" com o agravamento de custos inerente. No entanto, continua a ter os seus seguidores e talvez o Príncipe Carlos seja o seu maior propagandista. Por mim, em alguns fatos não dispenso o "jaquetão", principalmente nos considerados mais formais, onde acho o modelo indispensável.
Mas atenção: existem várias restrições e outras tantas obrigações. Em primeiro lugar o "jaquetão" não fica bem a pessoas baixas. Esta é a regra fundamental que me ensinaram desde pequeno. De seguida, deve ter seis botões, dos quais os dois de cima e todos os do lado esquerdo são "falsos", isto é, não têm "casa" correspondente (existem apenas com quatro botões, mas não são "como deve de ser"). Duas "rachas" (é mesmo assim que se diz) são também obrigatórias, para se poder enfiar as mãos nos bolsos das calças sem amarrotar o casaco. E quanto ao resto? Bom, um fato de "jaquetão" obriga a camisa com punhos duplos e impede (quanto a mim) o uso de um colarinho "button down", demasiado informal. A excepção é o "blazer", onde punhos simples e camisa "button down" são admissíveis desde que se prescinda do uso de gravata. Ah, e quanto a sapatos, "loafers" são para esquecer, sendo melhor optar por "brogues", lisos ou picotados consoante o maior ou menor formalismo do fato. E os "monkstraps" vão também a matar, de camurça se falarmos apenas de um "blazer". Por fim, se um casaco desapertado é sempre sinal de desleixo, no caso do "jaquetão" nem sentado tal é admissível: existe um botão interior que permite mantê-lo fechado com os restantes botões desapertados.
4 comentários:
Os DB príncipes de gales do Eduardo VIII eram lendários. Aliás, acho que todo o guarda-roupa do homem era lendário, e parece que ainda há uns tempos houve um leilão de uma parte do seu espólio.
Há duas coisas com as quais não concordo muito. A 1ª tem a ver com a altura de quem poderá usar os DB. Se não for gordo, ou muito entroncado, não precisa ser alto (não sei qual a altura abaixo da qual o meu caro JC considera um individuo baixo). O Giovanni Agnelli não era alto, e praticamente só usava DB. A 2ª tem que ver com os loafers: quanto a mim, uns tassel loafers de camurça, vão lindamente com um DB principe de gales ou de flanela cinzenta.
Abraço
1. Digamos que menos de 1,70 acho baixo para usar DB.
2. Não gosto de "loafers" de camurça nem de príncipe de gales jaquetão. Porquê? Quanto ao príncipe de gales, como sabe, é considerado um padrão relativamente informal, que, por isso, e quanto a mim, casa menos bem com a opção DB. Mas concordo em "paletó" vai mtº bem com sapatos de camurça "monkstraps" ou "brogues". Serão mesmo a combinação ideal.Já o facto de não gostar de "loafers" de camurça é uma questão mais pessoal.
Provocação: e o seu SCP?
Abraço
Bem, não se pode estar muito animado, não é? Nem me parece que uma troca de treinador agora possa ter grandes vantagens.
Por outro lado, acho que o discurso dos ultimos tempos do Domingos, não era o mais apropriado, além de que com os jogadores que tinha ao dispor, havia a obrigação de fazer muito melhor, mesmo tendo em conta a onda de lesões que assolou a equipa.
Não sei se reparou que nos últimos tempos, o DP apontou várias coisas como tendo sido causas dos maus resultados: os jogadores chegaram aos soluços (esqueceu-se que já depois disso o Sporting teve 10 vitórias seguidas), havia lesões a mais o que lhe parecia estranho (esquecendo que o responsável pela preparação física da equipa trouxe-o ele como componente da sua equipa técnica); e por último, afirmou que os jogadores não se esforçaram,etc. Enfim, encontrou culpados em todos os lados, mas nunca assumiu responsabilidades próprias.
O resto, é o que se sabe.
Quanto ao Sá Pinto, era a escolha óbvia. É sportinguista, o que é bom,tem por si uma grande falange de adeptos e aparentemente controla-os, tem feito um excelente trabalho nos juniores (já tem mais de 12 pontos de avanço sobre o Benfica no campeonato, e no NextGen fez grandes resultados - o Liverpool foi goleado 2 vezes e só foi eliminado pelos ultra-profissionais do Inter) e tem garra. Oxalá é que não tenha garra a mais (o FCPorto "respondeu" logo à jogada indo buscar o Paulinho Santos para a equipa técnica).
Portanto, vamos ver. Estes primeiros jogos são importantes: um bom resultado em Varsóvia seguido de uma vitória concludente para o campeonato, poderão dar elan à equipa, ainda para mais agora que já praticamente não têm lesionados.
Portanto, meu caro, como já disse, vamos ver como correm as coisas, principalmente nestes 15 dias/1 mês.
Uma última nota: a maior crítica que posso fazer à estrutura directiva é a de ter ido buscar o Domingos. Além de não me parecer estar à altura do SCP, era um treinador demasiado conotado com o FCP e já se sabia que quando as coisas começassem a correr mal, a massa associativa caía-lhe em cima, e repare que esteve com um pé na rua depois da pré-época desastrosa e dos 1ºs jogos do campeonato, sendo salvp por aquela "remontada" de 2-0 para 2-3. Depois, sempre achei que seria preferível naquela altura, terem ido buscar um treinador estrangeiro.
Abraço
Reparei nisso tudo, caro VdeAlmeida. Mas nada acrescento ao que tenho dito s/ o SCP. Se tiver pachorra, leia, pf, os últimos "posts".
Abraço
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