Sim, eu sei que raramente se pode esperar grande cinema dos candidatos aos Óscares. Mas, que raio, "Estado de Guerra" (para me lembrar do único que, nos últimos anos, quanto a mim cumpriu os mínimos) não sendo um grande filme, muito menos o melhor de Bigelow, era, pelo menos, um bom filme, atingindo os tais mínimos exigíveis. Isto vem a propósito de "O Artista", um filme que não passa de "uma graça" (diria mais "uma gracinha") e que terá atingido estatuto apenas por ser contra a corrente: a "preto e branco", mudo e com os chamados "intertítulos" e em ecrã quase quadrado, tal qual como nos (bons?) velhos tempos. E parte, quanto a mim, de um equívoco: para homenagear o cinema clássico ou o dos tempos do mudo não é absolutamente necessário copiar-lhe os aspectos meramente formais e o "mood and tone", e acho desde "Singing In The Rain" todos sabemos isso.
Saí do cinema como quando para lá entrei? Nada disso, saí com vontade de ver um "western" de Ford, uma comédia de Cukor, um filme negro ou de aventuras de Hawks ou um mudo dos tempos do expressionismo alemão de Lang e de Murnau. Já valeu o preço do bilhete...
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