segunda-feira, fevereiro 13, 2012

"The Iron Lady"

Estou em frontal desacordo com os que dizem que Margareth Thatcher enquanto política está quase ausente em "The Iron Lady". Não sendo um filme que se debruce essencialmente sobre a Thatcher política, mas antes sobre a Thatcher indivíduo e personalidade, também enquanto mulher ambiciosa que pretende subir na vida num ambiente adverso (o UK dos anos 50 e o partido conservador) sacrificando a isso a família, estamos, mesmo assim, em presença de um documento apologético da ex-primeira-ministra britânica, quando põe permanentemente em contraponto a sua "razão", vontade e obstinação, valorizando as origens sociais e apresentando essas suas características pessoais como positivas em função dos resultados obtidos, e a tibieza, hesitações e vontade conciliatória dos outros políticos "tories", oriundos da "upper class". Mesmo quando Thatcher é forçada à resignação, é a vitória de um negativismo conciliador, da "política tradicional", que é enfatizada. É a "força da razão", de alguém que sai de Downing Street sob o aplauso dos seus colaboradores e do pessoal doméstico, derrotada pela "fraqueza dos políticos e da política".

Portanto, o filme não foi feito só para Meryl Streep ganhar mais um Óscar - que vai ganhar. Trata-se, também, e em alguma medida, de um documento apologético da primeira-ministra Margareth Thatcher feito do modo mais eficaz e abrangente possível quando estamos em presença de alguém tão controverso, entre amores e ódios extremados: de modo pouco assumido e focando essencialmente a sua personalidade, a sua luta pessoal, a sua vida privada e a sua velhice afectada pela doença. Um filme político, pois claro!

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