Pode gostar-se muito, pouco ou até mesmo nada deste governo. Podemos simpatizar muito, pouco ou até mesmo nada com o seu Ministro da Defesa. Concordar ou não com a sua política. Mas perante a chantagem e ameaças de alguns sectores das Forças Armadas, mormente por parte de algumas das suas associações de classe, ao Estado Democrático, existe apenas uma atitude a tomar, no curto-prazo, por aqueles que assumem a democracia como valor inquestionável e inviolável: a defesa do ministro Aguiar Branco. Este é o único ponto de partida possível para depois, com calma, bom-senso e moderação, tentar resolver os problemas existentes sem que para isso seja necessário abdicar de uma posição de princípio que me parece oferecer poucas dúvidas: as Forças Armadas portuguesas estão sobre-dimensionadas e a sua estrutura distorcida face às funções que lhes são actualmente exigidas e tendo em atenção os meios financeiros disponíveis.
Confesso que ouvir o deputado e antigo secretário de Estado do PS Marcos Perestrelo assumir, na TSF, a defesa das reivindicações das associações das Forças Armadas me deixou perplexo. E incomodado. A política não pode ser cega.
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