A razão das hesitações de António Costa é uma e só uma e chama-se Lisboa, uma autarquia que o PS não pode arriscar perder sem que isso ponha em risco um eventual clamor de vitória nas eleições autárquicas e Costa também não, sem que se lhe cole uma imagem de perdedor e de causador das desgraças do partido. Vejamos:
- Se Costa se candidatasse a secretário-geral do PS e desistisse da candidatura a novo mandato na presidência da Câmara da capital, o PS ficaria sem um candidato que lhe pudesse assegurar, sem margem para muitas dúvidas, a vitória sobre Seara, um nome já com experiência autárquica e notoriedade mediática.
- Se António Costa resolvesse candidatar-se a secretário-geral e, simultaneamente, à presidência da CML, aconteceria uma de duas coisas:
- Se ganhasse a corrida à liderança do PS e assumisse as suas funções de secretário-geral e futuro candidato a primeiro-ministro seria sempre visto como um presidente da CML a prazo, enfraquecendo assim o seu "ticket" eleitoral e colocando em sério risco a vitória do PS em Lisboa.
- Caso perdesse para António José Seguro lançaria sobre si mesmo um anátema de "perdedor" e a sua candidatura à presidência da autarquia da capital sairia sem dúvida enfraquecida.
Digamos que ao não ter conseguido gerar um candidato alternativo suficientemente forte à CML, nem sequer alguém, para além do actual presidente da Câmara lisboeta, com possibilidades de desafiar Seguro, o PS se deixou cair na armadilha que o próprio partido montou e não soube desactivar a tempo. Na prática, enfraquecendo notoriamente esta solução a existência de uma alternativa credível ao governo da actual maioria PSD/CDS, o Partido Socialista terá optado por Lisboa e desistido, pelo menos para já, do país. Mas Lisboa continua a ser o país, não é assim?...
Nota final: se há um perdedor nesta história toda, ele também foi um e só um: os "media", que ao anunciarem a candidatura de Costa a secretário-geral continuaram a sua tarefa diária de perda de credibilidade contribuindo assim para o aprofundamento da sua crise.
Nota final: se há um perdedor nesta história toda, ele também foi um e só um: os "media", que ao anunciarem a candidatura de Costa a secretário-geral continuaram a sua tarefa diária de perda de credibilidade contribuindo assim para o aprofundamento da sua crise.
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