- O já muito celebrado estudo do FMI sobre o corte de 4 mil milhões de euros pretende, entre outras coisas - diz - tornar o Estado mais eficiente. Ok, certo, todos sabemos que, com cortes ou sem eles, existe com certeza espaço para tornar alguns sectores do Estado mais eficientes; nada disto é teórico e, apesar do enorme progresso verificado (saliente-se), defrontamo-nos todos os dias com situações onde a eficácia de funcionamento da chamada máquina do Estado deixa algo a desejar. Mas se uma sua maior eficiência de funcionamento é importante, o objectivo do Estado é, fundamentalmente, prestar serviços aos cidadãos: promover o seu bem-estar, individual e colectivo, assegurar a segurança, a saúde pública, o desenvolvimento das capacidades de cada um e de todos em conjunto, promover a coesão social e por aí fora. E agora pergunto: e se, aqui e ali, e não sendo a eficiência uma noção abstracta nem o Estado uma empresa, para cumprir cabalmente com esses objectivos o Estado tiver que sacrificar, por vezes, alguma dessa chamada eficiência, da optimização dos recursos que os cidadãos lhe disponibilizam? Acho vale a pena pensar um pouco sobre o assunto.
- Já alguém (jornalista, acrescento) se lembrou de perguntar ao secretário de Estado Carlos Moedas, ao ministro Vítor Gaspar ou até ao primeiro-ministro (caso o encontrem por aí...), qual o cenário político, económico e social que traçariam para o que seria o país daqui a dois, cinco ou dez anos se a grande maioria das propostas do estudo do FMI fosse implementada? Talvez não fosse má ideia...
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sexta-feira, janeiro 11, 2013
Duas perguntas...
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4 comentários:
Atenção, JC, que o estudo não é do FMI! Foi feito pelo próprio Governo, o qual, sem coragem de o aplicar, o abalizou com o carimbo do FMI. Ainda ontem, na "Quadratura do Círculo" falaram nisso como sendo a hipótese mais provável. O que não me custa nada a acreditar. Sendo assim, até se compreende melhor a declaração daquele garotelho, o Moedas, que mais não fez do que um auto-elogio.
Abraço
Sim, claro, Rato. Chamo-lhe estudo do FMI porque é assim que é mais facilmente identificado.
Talvez não seja necessário esperar dois anos para saber em que estado ficaria o país se a maioria das propostas fosse implementada. Um ano seria mais do que suficiente.
Como nota refiro que o debate de ontem da "quadratura do circulo" foi bastante interessante.
Moedas (garotelho...ainda é um "elogio") foi convertido em Moedinhas em virtude da desvalorização do euro e subida da inflacção.
Cumprimentos
Eu vi a "Quadratura", que vale essencialmente por JPP.
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