Estou farto de ouvir dizer a jornalistas e comentadores desportivos, quando um dos "grandes" joga contra um dos chamados clubes "pequenos" e este lhe causa problemas, que é tudo ou quase tudo uma questão de "atitude" (dos "grandes", entenda-se), de "empenho", tentando assim tais jornalistas e comentadores mascarar a sua falta de conhecimentos sobre o jogo e sobre o modo como ele se está a disputar. Claro que no Moreirense - SLB do passado domingo tal veio de novo à baila perante as dificuldades sentidas pelo "Glorioso" e o empate dificilmente conquistado (sim, acabou por ser uma conquista).
Mas o problema não foi a falta de "entrega" ou a ausência de "empenho", como se tornou perfeitamente visível a quem esteve mais atento. O problema foi que o Moreirense conseguiu neutralizar um dos princípios básicos de jogo do SLB - as transições pelos flancos - o que fez emperrar todo o jogo atacante benfiquista e, pelas compensações tentadas com o adiantamento da defesa e uma menor atenção de todos os jogadores às missões defensivas na ânsia de chegar ao golo, acabou também por facilitar o contra-ataque de Moreira de Cónegos. Expliquemo-nos...
Jogando em 4x4x2 e, portanto, não jogando com um "10" tradicional, puro "construtor de jogo" (Enzo Perez não joga como tal), quando as transições pelas alas emperram o SLB sente normalmente maiores dificuldades no seu jogo atacante. Esse, aliás, foi um dos problemas da equipa na época passada, quando não tinha Ola John e Salvio e na esquerda tinha um tal Emerson. Percebendo isso em Moreira de Cónegos e tendo já Salvio e Ola John em campo, não tendo portanto hipótese de melhorar muito o problema com as substituições, a dado passo Jorge Jesus optou por um tipo de estratégia "contra-natura": povoou a área contrária de pontas de lança tirando tirar partido desse sobre-povoamento e do jogo directo. Acabou por resultar, perante alguma "surménage" que essa opção causou aos jogadores do Moreirense e que levou um deles a cometer um "penalty" evitável.
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