Luís Marques Mendes, o melhor presidente do PSD dos últimos (largos) anos, apresentou uma lista de organismos públicos que podem ser extintos sem prejuízo significativo para os serviços prestados ao cidadão e à comunidade. Na generalidade, e de acordo com aquilo que conheço e sei de tais organismos (existirão mais), concordo com Luís Marques Mendes. Mas seria importante que, simultaneamente, o ex-presidente do PSD apresentasse também um cálculo dos valores que se poderiam poupar com tal extinção. É que não podendo os funcionários com vínculo ao serviço público e que nesses organismos exercem funções ser, pura e simplesmente, despedidos, e desconhecendo os restantes custos envolvidos e a possibilidade de cessarem ou diminuírem drasticamente, no curto/médio prazo, com a extinção das referidas instituições, sou levado a concluir que, embora essa extinção seja saudável quer como princípio quer e em termos organizativos e de rigor, os valores de poupança assim obtidos ficariam muito longe do que por vezes se imagina, quase não “dando a mecha para o sebo”. Como disse, aplaudo o princípio, mas permito-me duvidar da eficácia até que me apresentem os custos... Fica o desafio.
3 comentários:
Caro JC
Inteiramente de acordo.
Para cada um dos ditos organismos, bastaria indicar:
- Budget anual atribuido
- Custos de manpower totais
- Custos de manpower (sem vinculo à FP)
Se ao budget anual retirarmos os custos de manpower com vinculo à FP, teriamos grosso modo os savings obtidos...numa análise rápida e perceptivel para o mortal comum que não dommina os malabarismos das finanças (sim porque 2+1=2 pelo menos nas grandes superficies). Para savings mais correctos dever-se-ia entrar com a venda de edificios (em caso de pertença do estado).
Talvez se concluisse que o número de boys...era a maioria.
Cumprimentos
Por esta ordem de ideias, depois de engordar, nunca o Estado voltará a emagrecer.
Basicamente é isso, mtº "grosso modo". Haverá ainda outros custos de funcionamento que variam de organização para organização: numas serão mais relevantes e noutras nem tanto. Pode tb entrar-se em linha de conta com a venda de activos, desde que existam e o seu valor seja realizável: na maioria dos casos os edíficios serão impossíveis de vender, quando não património do estado, e essas instituições, como activos, terão quando mtº material de escritório e um ou outro carro.
Caro Jorge: claro que o Estado é sempre, em Portugal ou noutro qualquer país, uma organização mtº menos flexível e mais dificilmente reformável do que uma empresa privada. Não me cabe aqui enumerar as razões, mtªs delas históricas e que têm a ver c/ as funções que exerce. Exactamente por isso seria necessário ser sempre muito cuidadoso no modo como (utilizando as suas próprias palavras)procedemos à sua "engorda". Claro que é sempre possível torná-lo mais ágil (e eu disse que concordo c/ o princípio definido por Marques Mendes, mesmo que a redução de custos não seja significativa), mas não se pense que isso é "fácil, barato e dá milhões", isto é, que é a chave que abre o caminho da felicidade. Temos de ter a noção das realidades para não brincarmos de "aprendiz de feiticeiro" e sermos desagradavelmente surpreendidos. Há por aí mtª demagogia neste campo...
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