terça-feira, outubro 05, 2010

O 5 de Outubro e a autonomia partidária

O que de mais interessante se disse nas comemorações oficiais do cinco de Outubro? A afirmação clara de Miguel Macedo vincando a autonomia do PSD face a Cavaco Silva e aos seus apelos ao diálogo e entendimento interpartidário. Algo que seria impensável ouvir vindo da direcção de Ferreira Leite e que, apesar de poder vir a criar sérios problemas de governabilidade e de eu, neste aspecto, estar de acordo com Cavaco Silva quanto à necessidade de um entendimento político alargado, me parece saudável como manifestação da autonomia partidária face a tutelas exteriores, mais ou menos messiânicas.

Quer queiram quer não, com atitudes como esta de defesa da autonomia dos partidos como elementos organizativos essenciais de livre expressão da cidadania, é a democracia que sai sempre a ganhar. Caberá a estes mesmos partidos, principalmente os que se reconhecem na democracia liberal, demonstrar que possuem a maturidade suficiente para chegar ao entendimento possível sempre e quando as circunstâncias o exigem. É este o desafio que PS, PSD e CDS devem assumir em defesa de si próprios e da cidadania que justifica a sua existência.

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