Ora vamos lá directos ao assunto: nas posições políticas do PCP, situação ainda mais evidente quando falamos de política internacional, tudo se subordina a uma contradição principal muito simples: o PCP apoia por princípio tudo aquilo (Estados, partidos, organizações, etc) que apresente ou seja susceptível de vir a apresentar alguma rivalidade ou contenha em si quaisquer contradições com os USA - o “Império”, o “Grande Satã” – e a ordem capitalista mundial. Ditadura sangrenta (lembram-se do apoio à ditadura argentina de Videla, aquela que atirava presos políticos dos aviões?)? Regime corrupto? Espezinhamento dos mais elementares direitos de minorias, éticas ou sociais? Primado de princípios religiosos obscurantistas? Pouco importa: “é contra eles, é nosso”. Não se trata, portanto, de uma posição de defesa e melhoria das condições económicas e sociais do "proletariado", da "classe operária", do "povo" (na sua versão "frentista"), mas da assunção de uma rivalidade da parte de quem aspira vir a constituir um novo "império" sobre as cinzas do actual. É assim desde Stalin (pelo menos) e assim será até se extinguirem da face da terra. Se fossem religiosos diria que era um dogma; assim funciona como um axioma. Q.E.D.!
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