sábado, outubro 23, 2010

"Gainsbourg"

Vale bem a pena ver o “biopic” de Joann Sfar sobre Serge Gainsbourg, mesmo para quem, como eu, não nutre especial interesse pelo personagem e pela sua música. Então porquê? Bom, “Gainsbourg” representa uma quase total ruptura com os padrões clássicos (Hollywoodianos) do género; tão formalmente perverso como o personagem que se propõe retratar, mas – arrisco – bem mais criativo e inovador na estética e no discurso narrativo. Digamos que o “Gainsbourg” de Sfar está bem mais interessado em construir o personagem Serge que existe ou foi concebido na mente do realizador, mesmo que ele pouco tenha a ver com a realidade, do que em transpor, mais ou menos linearmente, uma vida ou uma vivência para o écran. Uma excelente surpresa num belo exercício de manipulação.

2 comentários:

Anónimo disse...

"Moi, non plus".

Bem notado JC ( mais uma para a conta do serviço público).

Bastará ouvir “La Javanaise” ou o tema da versão francesa de Bonnie and Clyde , para além do sempre incontornável “ Je t'aime”, para perceber que ali se encontrava um interessante compositor.

Uma vida plena de excessos. Devia conhecer todos os recantos de uma Paris boémia e os de muitas figuras femininas do espectáculo francês.

Imperdíveis,
o clip do tema da versão francesa de Bonnie and Clyde em parceria com Brigite Bardot ( agora candidata às presidenciais, mais uma dor de cabeça para Sarkozy)
http://www.youtube.com/watch?v=QKfBJMIANsM

a mais pornográfica declaração dirigida, “live on tv”, a uma estrela (sob monumental bebedeira):
http://www.youtube.com/watch?v=bMdXi6f5KRg

a celestial provocação ( Fidel Castro deve adorar esta):
http://www.youtube.com/watch?v=MMoElkv_QdU

JR

JC disse...

Como digo no "post" não nutro especial interesse por Gainsbourg e pela sua música. Recomendo o filme essencialmente pelo lado cinematográfico, o modo inovador e transgressor do modelo clássico do género ("Walk the Line" é um exemplo)como aborda o "biopic".