Como é habitual dizer-se nas empresas quando da elaboração do orçamento anual e suas revisões, planos estratégicos, de marketing, etc, o papel e o computador aceitam tudo. Isto é, podem lá colocar-se os números mais inverosímeis, os objectivos mais impossíveis, os cenários mais fantasiosos que ambos, papel e computador, se limitam a fazer contas sem nunca se questionarem ou questionarem os seus autores sobre a viabilidade de tais pressupostos. O pior vem depois, claro, quando, eventualmente, a realidade decide entrar a matar e os responsáveis verificam que nada daquilo que, por incompetência, tinham previsto se verifica na prática. Aí, quem embarcou na fantasia tem, de facto, um grave problema a enfrentar e resolver.
Pese embora o governo tenha sido sempre, no mínimo, muito pouco claro sobre os números da execução orçamental do ano em curso (inacreditável como este não é, em termos normativos, obrigado a maior transparência perante os cidadãos/accionistas e seus representes – os partidos), existiam algumas desconfianças no ar que se tornaram bem mais claras quando se começou a falar no Fundo de Pensões da PT, com ou sem submarinos. O caso dava, portanto, e desde há muito, para desconfiar... Tal derrapagem deveria ter constituído um aviso sério para o PSD no sentido de, não existindo um governo de coligação que lhe permitisse controlar, “por dentro”, a execução orçamental, ser bem melhor pôr-se de lado tomando as devidas cautelas e caldos de galinha e, como resultado disso e tal como o fez para 2010 e lhe rendeu dividendos na popularidade, limitar-se a viabilizar o orçamento de 2011 sem se envolver na sua elaboração, não se deixando assim arrastar pelo PS para uma eventual repetição do que se tem vindo a passar com a execução do ano em curso. Não o fez, preferindo envolver-se na algazarra até verificar, já em plena batalha, que nada tinha a ganhar com o seu desfecho. Agora tenta retirar com as suas tropas, na melhor ordem possível, para uma posição (talvez) de não beligerância; mas perdeu tempo, energias e, pior ainda, terá talvez hipotecado alguma da pouca confiança que podia ainda inspirar a um número razoável de cidadãos. Infelizmente, com o esbanjar desse crédito de confiança, não é só o PSD que perde, mas com ele também o regime aliena alguma da sua já não muita credibilidade.
Pese embora o governo tenha sido sempre, no mínimo, muito pouco claro sobre os números da execução orçamental do ano em curso (inacreditável como este não é, em termos normativos, obrigado a maior transparência perante os cidadãos/accionistas e seus representes – os partidos), existiam algumas desconfianças no ar que se tornaram bem mais claras quando se começou a falar no Fundo de Pensões da PT, com ou sem submarinos. O caso dava, portanto, e desde há muito, para desconfiar... Tal derrapagem deveria ter constituído um aviso sério para o PSD no sentido de, não existindo um governo de coligação que lhe permitisse controlar, “por dentro”, a execução orçamental, ser bem melhor pôr-se de lado tomando as devidas cautelas e caldos de galinha e, como resultado disso e tal como o fez para 2010 e lhe rendeu dividendos na popularidade, limitar-se a viabilizar o orçamento de 2011 sem se envolver na sua elaboração, não se deixando assim arrastar pelo PS para uma eventual repetição do que se tem vindo a passar com a execução do ano em curso. Não o fez, preferindo envolver-se na algazarra até verificar, já em plena batalha, que nada tinha a ganhar com o seu desfecho. Agora tenta retirar com as suas tropas, na melhor ordem possível, para uma posição (talvez) de não beligerância; mas perdeu tempo, energias e, pior ainda, terá talvez hipotecado alguma da pouca confiança que podia ainda inspirar a um número razoável de cidadãos. Infelizmente, com o esbanjar desse crédito de confiança, não é só o PSD que perde, mas com ele também o regime aliena alguma da sua já não muita credibilidade.
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