Ingratidão? Não me parece: a política pouco tem a ver com sentimentos... O afastamento de Teixeira dos Santos das listas do PS parece-me, isso sim, ter mais a ver com a combinação dos seguintes dois factores, ambos políticos.
- Em primeiro lugar a necessidade do PS, com muitos nomes nas listas ligados aos dois últimos governos, criar perante os eleitores alguma imagem de ruptura com esses mesmos governos. Não o podendo nem querendo fazer através de José Sócrates, o nome mais lógico seria, e foi, o de Teixeira dos Santos, que nos últimos meses, como Ministro das Finanças, viu a sua imagem colar-se à dos fracassos do governo.
- Depois das afirmações muito negativas de António Costa sobre a conferência de imprensa da manhã de 11 de Março (foi esta a data, não foi?), não custa a crer que Teixeira dos Santos tenha sido sacrificado em nome do equilíbrio de nomes e tendências no seio do Partido Socialista.
Sabendo como funcionam estas coisas, não me custa a crer que Teixeira dos Santos venha a ser recompensado mais tarde com algum cargo de prestígio a nível internacional. Gratidão? Nada disso: uma vez mais uma decisão política: o partido sabe proteger os seus, e protegendo os seus resguarda-se a si próprio.
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