sexta-feira, abril 08, 2011

"Ninguém pede ajuda para ficar pior"...

Esta frase, na aparência um pouco lapalissiana, de Pedro Passos Coelho, se lida junto com as suas restantes afirmações no mesmo discurso ("a situação de Portugal não é a mesma da Grécia quando pediu ajuda externa, porque Portugal já teve de tomar muitas medidas da austeridade”), parece ser bem mais do que um momento pouco feliz na vida de um candidato, pretendendo condensar em si, embora de uma forma desajeitada, todo um pensamento e estratégia eleitorais. No fundo, o que PPC nos pretende dizer com esta afirmação um pouco atabalhoada é que uma significativa maioria das medidas de austeridade já estão tomadas e são da responsabilidade do governo do Partido Socialista, pelo que não só o PSD sai incólume dessa situação (até se opôs ao PEC IV...) como não terá que pôr em prática, pelo menos em larga escala, uma política semelhante, ficando com alguma liberdade e flexibilidade de governação para adoptar medidas menos "austeras".

Sabemos que não será assim, mas não estou certo que uma estratégia deste tipo não resulte junto de muitos indecisos. Pelo menos se até às eleições não forem conhecidas muitas das duras contrapartidas à intervenção do FEEF e do FMI - do que duvido.

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