Para já, pelo menos enquanto mais nenhuma sua acção, omissão ou declaração o volte a justificar, penso a entrevista à RTP1 do passado domingo deveria encerrar o "caso" Nobre como matéria de discussão política relevante. Pelo menos nos termos em que tem sido até aqui colocada, isto é, nas suas opções contraditórias, na sua impreparação para o lugar que pretende ocupar, na sua ânsia de protagonismo, no conteúdo populista do seu discurso, etc, etc. Nesse campo, penso terem os portugueses ficado esclarecidos, ou pelo menos terem matéria para tal, e tudo o que seja continuar a "chover no molhado" poderá ter o condão de actuar no sentido inverso, transformando o "pecador" em mártir ou cordeiro pascal (é da época...).
Como aqui afirmei a propósito da entrevista a Fátima Campos Ferreira, ocupando Fernando Nobre o lugar mais importante nas listas de candidatos do PSD e tratando-se de uma eleição para a Assembleia da República, de onde sairá o futuro executivo, e não de uma eleição presidencial, seria agora tempo de confrontar Fernando Nobre e os restantes candidatos mais relevantes de todos os partidos concorrentes com questões do foro político stricto sensu. Isto não significa que todas as dúvidas levantadas e críticas surgidas a propósito da candidatura de Fernando Nobre não tivessem, em si mesmo, relevância política. Nada disso: a sua relevância política é e foi inquestionável. Mas uma vez esgotadas - e acho, pelo menos para já, o estão - é importante que o candidato (e os candidatos: lembro que o "cabeça de lista" do PS por Lisboa é alguém com a relevância e densidade política de Ferro Rodrigues) seja também confrontado com a política "pura e dura", com as opções sobre as quais irá(?) ter que se pronunciar na futura Assembleia da República. E, convém lembrar, foi a eleição de Passos Coelho como sucessor de Ferreira Leite que repôs a política, em vez dos "escândalos", dos "casos" e da "moral", no lugar de onde nunca deveria ter saído.
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