José Sócrates projectou desde sempre a imagem de um homem obstinado e de convicções, o que, em Portugal, é muitas vezes confundido com teimosia e arrogância. Não é verdadeira essa confusão: obstinação e convicções baseiam-se na racionalidade e, como tal, são reveladores de inteligência; teimosia e arrogância advêm da sua ausência. Ao decidir, contra todas as evidências e racionalidade, não reequacionar, em devido tempo, algumas das obras públicas sobre cuja contribuição para o aumento da competitividade do país (logo, do crescimento sustentado da sua economia) têm desde sempre existido sérias dúvidas (falo essencialmente do perfil da nova linha Lisboa-Porto-Vigo, concepção do novo aeroporto enquanto grande hub aeroportuário e novas auto-estradas), fazendo-o apenas agora perante a pressão da opinião pública e das instâncias internacionais, José Sócrates parece querer provar a razão dos que teimavam em lhe atribuír esse tal perfil de teimosia e arrogância.
Mais vale ter decidido tarde do que insistir no erro? Sim, mas agora colar-se-lhe-á para sempre essa tal imagem - de teimosia e arrogância -, que sempre pretendeu afastar e é que apanágio dos politicamente fracos, daqueles em que as convicções estão ausentes.
Nota: saúda-se a descida de um ponto no “déficit” para este ano. Sem dúvida. Mas trata-se de algo, digamos, quase virtual. Desde sempre o “déficit” de 2009 me pareceu (escrevi-o) ter sido artificialmente inflacionado para permitir, sem grande dificuldade, o objectivo de 8.3% este ano e, assim, a “surpresa” final de 7.3%. Esta, em condições normais, seria apenas anunciada, como grande “feito”, no final do ano. Por isso mesmo, “mais coisa menos coisa” (leia-se, “mais décima menos décima”), trata-se apenas da antecipação de um anúncio.
Mais vale ter decidido tarde do que insistir no erro? Sim, mas agora colar-se-lhe-á para sempre essa tal imagem - de teimosia e arrogância -, que sempre pretendeu afastar e é que apanágio dos politicamente fracos, daqueles em que as convicções estão ausentes.
Nota: saúda-se a descida de um ponto no “déficit” para este ano. Sem dúvida. Mas trata-se de algo, digamos, quase virtual. Desde sempre o “déficit” de 2009 me pareceu (escrevi-o) ter sido artificialmente inflacionado para permitir, sem grande dificuldade, o objectivo de 8.3% este ano e, assim, a “surpresa” final de 7.3%. Esta, em condições normais, seria apenas anunciada, como grande “feito”, no final do ano. Por isso mesmo, “mais coisa menos coisa” (leia-se, “mais décima menos décima”), trata-se apenas da antecipação de um anúncio.
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