sexta-feira, maio 07, 2010

O S.C. Braga e Mesquita Machado

Tenho visto e ouvido (demasiado) por aí, em elogios rasgados ao S.C. Braga, que este clube tem um projecto de desenvolvimento sustentado e que, assim sendo, quaisquer semelhanças com o percurso do Boavista F. C. são completamente despropositadas. Certo: embora não me lembre dos “media” alguma vez terem contribuído para a descodificação do que se passava no Boavista F.C. (antes pelo contrário), este sempre foi um pequeno clube de bairro, até bem menos importante e popular do que o S.C. Salgueiros, e o S.C. Braga é o principal emblema daquela que é, hoje, a terceira cidade do país, centro de uma região densamente povoada, mas em crise, embora o seu principal clube tenha sempre sido, e continue a ser, o Vitória S. C. Estas são as diferenças.

Semelhanças? Se o Boavista F.C. sempre foi a ponta do "iceberg" de um projecto de poder e enriquecimento pessoal de Valentim Loureiro, projecto esse alavancado pela sua presença como dirigente do PSD, Câmara de Gondomar, LPFP e estruturas do futebol indígena, o actual S.C. Braga corresponde também, e muito, a um projecto de poder do Presidente da Câmara da cidade, Mesquita Machado, em aliança com quem, nos últimos anos, tem dominado o futebol português (FCP), ao qual o PS dá suporte político e integrando uma teia de interesses económicos e empresariais, de início locais, mas hoje em dia estendendo-se já muito para além dos limites concelhios.

O que afirmo tira mérito ao que o S.C. Braga alcançou com um orçamento bem inferior ao dos três grandes? Nada disso, como também não estabelece demasiadas identificações com o caso do Boavista F.C.: apenas alerta para factos, clarifica situações e define os limites e enquadramentos necessários a uma sua melhor análise e compreensão.

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