segunda-feira, maio 31, 2010

Lamentável...

Bom, vamos lá admitir (e eu admito-o) que os militares israelitas foram recebidos com hostilidade, e até com alguma violência, quando interceptaram as tais embarcações que levavam ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Vamos mesmo admitir (e eu, que já deixei há muito de ser ingénuo, não me custa nada fazê-lo) que no meio da tal ajuda humanitária se escondia, bem dissimulado, algum material militar. Por fim, lá vamos aceitar que os tripulantes dos tais barcos, cujas guarnições seriam compostas por simpatizantes da causa palestiniana e, até, das suas facções mais extremistas, montaram uma provocação para dela tirarem esperados benefícios propagandísticos. Mas pergunto: sendo a marinha israelita composta por profissionais altamente treinados e suponho que bem comandados, não saberia já ao que ia e não conheceria muito bem o que a esperava e como deveria reagir? Isto é, que deveria evitar cair em qualquer eventual esparrela, muito fácil de prever, e agir com o profissionalismo que lhe era exigido em face da sua superior preparação e poder militar?

Bom, eu, que não sou ingénuo, acho que sim e acho também que se a marinha israelita não o fez é porque o Estado de Israel e o seu governo esperam, de algum modo, tirar proveito político do incidente. Lamentável.

4 comentários:

Anónimo disse...

Se acrescentarmos este incidente à última e fracassada invasão do Líbano que não resolveu coisa alguma e redundou num grave problema ecológico na região, além da circunstância de Israel dispor um enorme poder nuclear “clandestino” escondido sob as areias do deserto do Negev que, não sendo declarado, nenhuma instância mundial o pode controlar - um privilégio extaordinário, verdadeiramente digno de um povo eleito -, podemos antever o que pode acontecer num futuro próximo quando um extremista dado ao militarismo duro e puro e à guerra preemptiva assumir o poder em Telavive (extremistas é coisa que não falta em ambas as margens do Jordão ).

O aproveitamento político pode levar muito longe. As bombas não servem a finalidade de figurar como peças de museu.

Estou curioso em saber se, a este respeito, algo muda de percepção com a administração Obama/H.Clinton , críticos do acordo que Brasil e Turquia firmaram com o Irão e , ao mesmo tempo, se mantiverem a ancestral tradição política americana, insensíveis e coniventes com tudo isto.

Haja algum decoro e justiça Mr. Obama ! Só assim existirá credibilidade para uma governança mundial ou global.

JR

JC disse...

A injustiça não há-de durar sempre, é o que me apetece acrescentar ao seu pertinente comentário...

Anónimo disse...

Pois.
E quem domina o sistema financeiro mundial. Jewish, for sure.

JC disse...

Não vou por aí, caro último anónimo. Esse foi o tipo de raciocínio que esteve na base da perseguição de Hitler aos judeus e do seu extermínio. E se os judeus se dedicaram à Banca e ao comércio, e fizeram-no c/ sucesso,foi pq os cristãos lhes impediram o acesso à terra. Nada tenho contra os judeus e seus negócios, desde que legítimos e legais, mas sim contra algumas das políticas do Estado de Israel.