domingo, junho 21, 2009

A não-candidatura de Moniz

Pondo de parte teorias de conspiração mais ou menos credíveis veiculadas por grupos de comunicação concorrentes da Prisa - muitas delas tendo por base a importante questão dos direitos televisivos –, bem como a tradicional bisbilhotice da imprensa cor de rosa, José Eduardo Moniz fez bem em “não ir às urnas” - por falta de condições, tal como se dizia no tempo da oposição democrática. Na realidade, e como aqui afirmei, o movimento “Benfica, Vencer Vencer” é demasiado heterogéneo para que, em todas as suas tendências, pudesse dar origem, em tão curto espaço de tempo, a uma ideia para o clube, um projecto e uma lista com a indispensável consistência “ideológica” – digamos assim. O que é aceitável num movimento amplo, não o pode ser quando passamos a falar de algo com características mais “executivas, como uma candidatura, um projecto de gestão para o clube, e de atitudes voluntaristas e projectos meramente taticistas, como os que presidiram, bem sei que em circunstâncias muito gravosas, à eleição de Vilarinho, tem o SLB má experiência que baste.

Para além disso, e partindo do princípio da necessidade de José Veiga fazer parte da lista a apresentar a sufrágio (incompreensivelmente – deve-se a ele, por exemplo, o ruinoso negócio da troca de Marchena por Zahovic - recolhe grandes apoios entre os associados benfiquistas), a existência de um projecto sólido, na base de objectivos bem definidos e pessoas credíveis, será uma das condições necessárias para o controle das ambições (desmedidas?) de Veiga, não permitindo, de modo algum, que se possa vir a tornar no Luís Filipe Vieira da lista de Moniz.

Como também afirmei, passa a partir deste momento a existir um esboço de projecto institucional alternativo para o clube, e não mais o vazio ou apenas as ambições individuais, mais ou menos folclóricas, de alguns. Ironicamente, o clube fica a devê-lo a Luís Filipe Vieira, talvez o seu derradeiro serviço prestado ao clube: se não tivesse demitido Quique Flores, nas condições em que o fez, e levado a efeito o “golpe de estado estatutário” da antecipação das eleições, talvez, infelizmente, tudo tivesse continuado como dantes, no marasmo do costume.

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