Seguiu o meu conselho e “borregou” mesmo, limitando assim os estragos causados por uma batalha em que qualquer vitória seria mesmo a de Pirro. Fez bem, embora tivesse feito melhor em nunca ter avançado.
Duas notas, apenas:
Duas notas, apenas:
- Não se pode acusar José Sócrates (leia-se, a PT ou o governo) de ter procedido mal ao avançar para o negócio e agora achar que fez mal em ter recuado. “Preso por ter cão e preso por não ter?”. Já me apercebi por aí da existência deste tipo de raciocínio, muito comum em quem quer saltar para novo autocarro que possa estar por aí a chegar. Não me parece seja honesto... (o raciocínio e o resto, entenda-se).
- Igual raciocínio se aplica à “interferência política”. Não se pode acusar (e bem, por poder prefigurar uma ameaça à liberdade de informação) o governo de ter intenções políticas ao caucionar o negócio e, agora, blasfemar contra ele por ter impedido, por questões meramente políticas, a PT de entrar numa área de negócio que poderia ser estrategicamente relevante para a empresa. Quando o Estado detém uma posição accionista relevante numa empresa, no mundo dos negócios, neste caso inclusivamente com direitos especiais, é porque vê nessa participação interesse político, frequentemente estratégico, e não meramente empresarial. É esse (a política) o seu “core business” e não, como diria o Francisco Louçã (neste caso, bem), “fabricar cerveja”.
Lesson to learn? Seria agora tempo, depois da poeira assentar e em função do que se passou e do plano de negócios da empresa, de Estado e restantes accionista avaliarem, em termos estratégicos, se é ou não conveniente a continuação da participação daquele, e em que moldes e com que direitos, no capital da empresa. Poderá bem concluir-se (ou não) que aquilo que terá sido durante muitos tempo indispensável possa ter passado (eventualmente) a empecilho.
2 comentários:
A PT já andou - ainda anda? - naquela área de negócios e foi o que se viu - um espalhanço.
Claro que, fosse qual fosse a resposta do governo - o mal estava feito.
Custa a perceber como um governo chega a este estado de desorientação...
Bom, meu caro, o negócio ter corrido mal não significa que tornasse a correr... o problema essencial não é esse, e até a compra de 30% da "Media Capital" poderia vir a revelar-se um negócio estratégico e interessante para a PT, principalmente em termos de exportação de conteúdos. O problema é político, na medida em que se trata de uma questão de liberdade de informação.
E pois, também me custa a entender como o governo e a Administração da PT não se aperceberam do lado político da questão...
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