segunda-feira, junho 15, 2009

TGV ou o "Gato Maltês" "fishing for compliments"

Do "Público":

"A prioridade da futura rede portuguesa de alta velocidade deve ser a ligação entre Lisboa e Madrid e “tudo o resto deve ser adiado”, defendeu hoje Fernando Nunes da Silva, professor na área de engenharia do Instituto Superior Técnico, durante um colóquio na Assembleia da República."
"O docente universitário considera também que Portugal não tem cidades com dimensão populacional suficiente para justificar um TGV a nível interno, mas tem necessidade de estar ligado a outras grandes cidades europeias por meio da rede de alta velocidade europeia."
Deixem-me "puxar a brasa à minha sardinha" e entrar numa de "fishing for compliments", se fazem favor. Cliquem na etiqueta TGV, substituam rede de alta velocidade "europeia" por ibérica" e vejam o que por aqui se tem escrito.
Muito obrigado.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC
Concordo, em absoluto, com a integração de Portugal na rede europeia de alta velocidade.
Diria mais, custa-me a compreender que, alguém com um sentido mínimo de responsabilidade ou coerência, defenda o projecto TGV Lisboa-Porto ( onde já existe uma linha onde se investiram largos milhões em modernização ) ao mesmo tempo que rejeite a ligação europeia ! ( v.g. Eng. Cravinho e outros).
Aditava quatro outros argumentos-questões :
1- COMPLEXO HISTÓRICO :Sendo Portugal um país que há muito justifica o atraso com a sua natureza periférica, como renunciar a um investimento enormemente financiado por fundos comunitários e investimento privado, visando encurtar os tempos de acesso ao resto da Europa ?

2- ENERGIA RENOVÁVEL : Se o querosene (derivado do petróleo e principal combustível dos aviões) é um bem escasso não renovável com tendência à alta dos preços e consequente reflexo no fluxo turístico e comecial aéreos, para além de colocar em perigo de sobrevivência muitas companhias de aviação ( muitas e boas já ficaram pelo caminho, v.g. Swissair, Varig, a grega, etc. etc., a TAP vai no mesmo caminho) como justificar que Portugal não disponha de uma alternativa assente em energia parcialmente de fontes renováveis aqui produzidas, nas quais Portugal tanto aposta, como é o caso do TGV ?

3-"SPANISH CONNECTION"- A Espanha, queiramos ou não, é o maior parceiro comercial. Fomentar as redes de comunicação com o maior parceiro comercial, já de si, não parece um mau investimento. Pena é que a linha tenha sofrido uma inflexão para sul e não venha mais recta Madrid-Lisboa.

4-"THE LAST NOT THE LEAST", o TURISMO: Um país que se encontra entre os que têm maior rácio turístico "per capita", sendo este um dos vectores fundamentais da economia, pode dar-se ao luxo de perder vantagem competitiva com os outros países periféricos, e, a médio e longo prazo, quando os combustíveis triplicarem de preço ou até objecto de grave escassez, assentar a entrada em Portugal quase exclusivamente nas linhas oitocentistas de bitola ibérica, tipo "SUD-EXPRESS", já caducas, pouco seguras e à velociade do caracol ?. Que massas virão a Portugal neste cenário? E onde empregar os deserdados do turismo nacional ?

Já, pela razão supra enunciada em 2, tenho as maiores dúvidas sobre a pertinência da construção de um novo aeroporto. Ultimamente são cada vez mais as notícias que dão conta do aumento de "slots" livres na Portela ao contrário de superlotados e ainda funcionais aeroportos internacionais que não questionam a sua substituição. Sou levado a pensar na suficiência da Portela ou desta mais a extensão de Alverca. Um mega-aeroporto, longe do centro da capital, perde muita vantagem competitiva, potencilamente afugenta as low-Cost, e leva a TAP à falência ( veja-se o que aconteceu com Atenas e Zurique), isto para além dum gigantesco investimento vulnerável às oscilações drásticas dos preços dos combustíveis, que podem fatalmente trair (os economistas parecem não incluir nos estudos este singelo factor, talvez porque se soubessem a evolução dos custos dos combustíveis e relação com o fluxo aéreo, certamente também teriam antecipado a crise que estamos a viver!).

Com os cumprimentos
JR

JC disse...

Boa análise, caro JR. Assino por baixo c/ uma única excepção: admito, em última análise, a construção de um aeroporto alternativo em Alcochete, de modo faseado e numa 1ª fase apenas para as low cost. Cumprimentos.

Anónimo disse...

Acho perfeito uma ligaçao a Madrid! As multinacionais vao ficar todas contentes. Centralizam tudo em Madrid e passamos a ir às 5ªs prestar contas...Vai ser muito giro.

é isso e a ligação à rede europeia...Lisboa Paris em TGV fica em qtas horas? 10 no minimo. Alguem acredita q sirva de alternativa de ligação ao "resto da Europa"?

O projecto ibérico dos Filipes realiza-se finalmente! Toda a Peninsula a prestar vassalagem a Madrid.

Parabéns traidores ignorantes.

JC disse...

Observação deste "traidor ignorante":
A península já é só e apenas um mercado único para todas as empresas transnacionais, mesmo as de origem e maioria de capital português. Não ligar Portugal á rede ibérica (nunca falei em europeia) de TGV significa para Portugal perder competitividade face a outras regiões desse mesmo mercado único e, assim, perder investimentos para Castela, Galiza, Catalunha e País Basco, tornando-se um país mais pobre e periférico.
Cumprimentos