Cheguei a esta entrevista de Ana Drago – indiscutivelmente uma mulher bonita –, ao JN, através do “E Deus Criou A Mulher”. Nela, Ana Drago refuta liminarmente os atributos de beleza que lhe são atribuídos, afirmando “A beleza não é atributo que possa ser-me consignado”.
Devo dizer que este incómodo manifestado pelas militantes da esquerda radical perante a sua própria beleza (aliás, atributo tradicionalmente raro nessa área política) me incomoda tanto ou mais quanto o facto de Berlusconi preferir escolher mulheres-objecto como candidatas eleitorais, pois enquanto Berlusconi assume clara e até alarvemente essa sua escolha, à esquerda parece-me sempre existir alguma dificuldade em considerar a beleza feminina das suas militantes como uma característica a colocar no campo dos “activos”.
Claro que sei que a estética e o gosto têm, elas próprias, uma “natureza de classe” e que sendo a burguesia a classe dominante é esse o padrão de avaliação prevalecente - e não aquele que exaltava as antigas heroínas soviéticas do trabalho, por exemplo - o que bem pode estar na base do modo como a esquerda radical encara o assunto. Também sei que a beleza está mais ligada ao nascimento do que à conquista, mais ao indivíduo do que ao trabalho colectivo. Mas, para além do "Bloco" não ser o PCP, parece-me existir sempre alguma dose de hipocrisia nessa sua recusa da concepção burguesa da beleza femininina, tão semelhante ao pudor com que os católicos mais radicais e virgens empedernidas encaram desejo e prazer sexual.
Seria pois um verdadeiro sintoma da pós-modernidade de que o “Bloco de Esquerda” se reclama que as suas mais bonitas dirigentes, como Ana Drago, Joana Amaral Dias ou Marisa Matias, assumissem o seu padrão de beleza com naturalidade e como uma contribuição para a identidade do partido a que pertencem, considerando-a mesmo um dos seus importantes activos e não uma pequena "traição" reveladora da sua origem de classe não proletária, cabendo a elas próprias provar, na sua actividade política, que também não desmerecem os atributos intelectuais e de militância que lhes são reconhecidos, certamente principais responsáveis pelos sucessos políticos alcançados.
Devo dizer que este incómodo manifestado pelas militantes da esquerda radical perante a sua própria beleza (aliás, atributo tradicionalmente raro nessa área política) me incomoda tanto ou mais quanto o facto de Berlusconi preferir escolher mulheres-objecto como candidatas eleitorais, pois enquanto Berlusconi assume clara e até alarvemente essa sua escolha, à esquerda parece-me sempre existir alguma dificuldade em considerar a beleza feminina das suas militantes como uma característica a colocar no campo dos “activos”.
Claro que sei que a estética e o gosto têm, elas próprias, uma “natureza de classe” e que sendo a burguesia a classe dominante é esse o padrão de avaliação prevalecente - e não aquele que exaltava as antigas heroínas soviéticas do trabalho, por exemplo - o que bem pode estar na base do modo como a esquerda radical encara o assunto. Também sei que a beleza está mais ligada ao nascimento do que à conquista, mais ao indivíduo do que ao trabalho colectivo. Mas, para além do "Bloco" não ser o PCP, parece-me existir sempre alguma dose de hipocrisia nessa sua recusa da concepção burguesa da beleza femininina, tão semelhante ao pudor com que os católicos mais radicais e virgens empedernidas encaram desejo e prazer sexual.
Seria pois um verdadeiro sintoma da pós-modernidade de que o “Bloco de Esquerda” se reclama que as suas mais bonitas dirigentes, como Ana Drago, Joana Amaral Dias ou Marisa Matias, assumissem o seu padrão de beleza com naturalidade e como uma contribuição para a identidade do partido a que pertencem, considerando-a mesmo um dos seus importantes activos e não uma pequena "traição" reveladora da sua origem de classe não proletária, cabendo a elas próprias provar, na sua actividade política, que também não desmerecem os atributos intelectuais e de militância que lhes são reconhecidos, certamente principais responsáveis pelos sucessos políticos alcançados.
2 comentários:
Caro JC, abro um pequeno atalho para lembrar as miúdas do MRPP que, na estação de metro do Rossio, vendiam o "Luta Popular".
Lindas, ao ponto de nada ter a ver com os rapazes, comprava o "Luta Popular". A carne é fraca!...
Que será feito delas? A Ana Gomes andaria por lá? Mas a Ana Gomes não é bonita!...
A Maria José Morgado estava a dar apoio ao Saldanha Sanches, director do "Luta Popular", o primeiro preso político pós-25 de Abril.
Foi num Junho de há 35 anos!...
Caramba! Como o tempo passa!...
Confesso nunca ter comprado o "Luta Popular" (acho), mas acredito piamente no que me dizes, até pq seria uma excelente estratégia de vendas. E se a Ana Gomes, que andava de facto por lá, não era bonita a Mizé Morgado tb estava longe disso. Estou aqui a puxar pela cabeça a ver se me lembro de alguma MRPP gira e não consigo. Talvez a Margarida Uva, mulher do Barroso, fosse MR, e essa ainda hoje é uma mulher interessante. Mas, como costumo dizer, nasci na época errada, pois na minha juventude era preciso andar de candeia acesa à procura de uma gira e hoje basta dar um pontapé numa pedra e saltam de lá 1/2 dúzia. Na minha faculdade, p. ex., arranjava-se, c/ algum esforço,não mais do que uma mão cheia! Por acaso, cruzo-me por vezes com o Saldanha Sanches e a Morgado, pois moram mtº perto da casa da minha mãe.
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