Passado o ruído mais ensurdecedor e alguma da poeira já assente, que dizer da já tão celebrada e hipotética “mudança de personalidade” do primeiro-ministro? Fundamentalmente, que os nossos jornalistas e comentadores pouco ou nada percebem da diferença entre estratégia e táctica e não leram, ou leram mal, Vladimir Ilitch Ulianov, como se dizia no tempo da censura para ver se a citação “passava”. Como qualquer equipa de futebol cujo modelo de jogo se estrutura, essencialmente, nos passes longos e transições rápidas, mas que a 5’ do fim se encontra a ganhar por um a zero, a equipa de José Sócrates tenta, num modelo contra-natura e de forma conjuntural, fazer circular a bola retirando a iniciativa de jogo ao adversário, evitando que este a continue a pressionar e a obrigar a cometer erros. Uma nuance táctica - “Um Passo em Frente, Dois Passos Atrás” – apenas suficiente para distrair os “media” durante uns tempos, centrando a análise de comentadores sobre ele próprio (José Sócrates) mas no terreno por si escolhido.
Resultou? Tacticamente talvez sim, pois não só conseguiu retirar o foco das atenções mediáticas de onde ele deveria estar centrado (o PSD, vencedor das eleições europeias), desviando-o para si, como, em certa medida, tentou, com a sua táctica defensiva baseada na criação de uma imagem mais low profile e aberta a compromissos, diminuir a eficácia dos ataques da oposição, demasiado centrados na “arrogância” da sua personalidade e nas “grandes obras públicas”. Aliás, desde a demissão de Correia de Campos que José Sócratres demonstrou que reage sempre defensivamente – cedendo - às pressões da rua, o que é bem revelador das diferenças existentes entre um político (mesmo que bom) e um estadista.
E estrategicamente? Obterá resultados? O povo português o dirá, lá mais para o Outono (esta é uma das vantagens da democracia), mas coloco sérias dúvidas a que o tal povo esteja já apto, apesar dos progressos registados nos últimos 35 anos, a lidar com tamanha e tão complexa sofisticação de processos.
De qualquer forma, como qualquer marca líder com um “posicionamento” claro e que baseia o seu êxito numa estratégia de vendas e de publicidade agressivas, mas que se vê, esporadicamente, obrigada a retirar o produto do mercado e a suspender a publicidade por se terem detectado, pontualmente, algumas embalagens deterioradas, pedindo desculpa ao consumidor pelo incómodo, voltará em breve e em força, depois de um período de acalmia, com a estratégia que fez de si marca de êxito e líder de mercado. Ai de si se isso não acontecer...
Resultou? Tacticamente talvez sim, pois não só conseguiu retirar o foco das atenções mediáticas de onde ele deveria estar centrado (o PSD, vencedor das eleições europeias), desviando-o para si, como, em certa medida, tentou, com a sua táctica defensiva baseada na criação de uma imagem mais low profile e aberta a compromissos, diminuir a eficácia dos ataques da oposição, demasiado centrados na “arrogância” da sua personalidade e nas “grandes obras públicas”. Aliás, desde a demissão de Correia de Campos que José Sócratres demonstrou que reage sempre defensivamente – cedendo - às pressões da rua, o que é bem revelador das diferenças existentes entre um político (mesmo que bom) e um estadista.
E estrategicamente? Obterá resultados? O povo português o dirá, lá mais para o Outono (esta é uma das vantagens da democracia), mas coloco sérias dúvidas a que o tal povo esteja já apto, apesar dos progressos registados nos últimos 35 anos, a lidar com tamanha e tão complexa sofisticação de processos.
De qualquer forma, como qualquer marca líder com um “posicionamento” claro e que baseia o seu êxito numa estratégia de vendas e de publicidade agressivas, mas que se vê, esporadicamente, obrigada a retirar o produto do mercado e a suspender a publicidade por se terem detectado, pontualmente, algumas embalagens deterioradas, pedindo desculpa ao consumidor pelo incómodo, voltará em breve e em força, depois de um período de acalmia, com a estratégia que fez de si marca de êxito e líder de mercado. Ai de si se isso não acontecer...
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