Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
domingo, setembro 30, 2007
sábado, setembro 29, 2007
História(s) da Música Popular (60)
Já os Rockin’ Berries (Birmingham, início dos anos 60) são um quase ignorado grupo da pop britânica, “ligeirinho” e com excelentes harmonias vocais, que alcançou notoriedade com dois temas: “He’s In Town, #3 no UK, um cover de um original dos americanos Tokens mais conhecidos pelo seu mega-sucesso “The Lion Sleeps Tonight”, composto por Gerry Goffin e Carole King, e “Poor Man’s Son”, um follow up, gravado originalmente pelos americanos Reflexions. Em Portugal, acho, são praticamente ignorados fora de um pequeno círculo de “iniciados”. Mas vale a pena ouvi-los.
E pronto, continuarei a falar do Brill Building durante bastante mais tempo, mas já não de Goffin e King, apesar de toda a sua importância para a história da música popular.
Mourinho e Santana Lopes - contra a corrente (4)
sexta-feira, setembro 28, 2007
Afinal, em Malta também se joga "à bola"!
"When I woke up this morning" - original blues classics (13)
Mourinho e Santana Lopes - contra a corrente (3)
quinta-feira, setembro 27, 2007
Mourinho e Santana Lopes - contra a corrente (2)
A Guerra Aqui (mesmo) Ao Lado (26)
Mourinho e Santana Lopes - contra a corrente (1)
quarta-feira, setembro 26, 2007
A personalidade de Guilherme Silva e o Conselho de Jurisdição do PSD
Não sei se, no presente caso das eleições directas no PSD, o Conselho de Jurisdição do partido decidiu mal ou bem, de acordo ou à revelia das normas que regem o partido. Menos saberei, até porque não sou jurista, se essas normas colidem ou não com as leis da República. Mas, uma pergunta me ocorre antes de tudo isso: tendo em atenção o perfil que, idealmente, deve ser o do presidente de um orgão desse tipo, em que medida Guilherme Silva, os seus antecedentes, práticas e personalidade, a ele (não) respondem? É que o PSD, nos últimos tempos, tem sido “useiro e vezeiro” nestes dramáticos erros de casting, tendo eleito em congresso Pedro Santana Lopes para vice-presidente do partido esquecendo-se que um vice-presidente pode ter de assumir a presidência por impossibilidade do seu titular e, assim, por inerência, as funções de primeiro-ministro. Foi o que aconteceu - lembram-se? – e os resultados são ainda bem visíveis, com as consequências que se conhecem. Importam-se de não repetir?
A PT, este "blog", a Rita, a Teresinha e a Joana
terça-feira, setembro 25, 2007
segunda-feira, setembro 24, 2007
O "Gato Maltês", num "post" bem longo, fala de livros a pedido do "Miss Pearls"
Pois esta é a história dos meus livros - pelo menos alguma, cara Miss Pearls - e aqui vai de seguida.
Como toda a gente, ou quase, da minha geração, cheguei à leitura pelos “Cinco”, claro está, comprados nas férias de Natal ou Páscoa na livraria DN que existia no Chiado onde hoje é a Hermès. Curiosamente, nunca me identifiquei com qualquer personagem ( o Júlio era demasiado sério e bem comportado e o David cinzentão), mas mais com o ambiente, os picnics e as sanduíches, acho que tudo isso ajudando a definir para todo o sempre a minha anglofilia. No caso das sanduíches deu mesmo origem a um conflito, que ainda hoje se mantém, com as sanduíches à portuguesa, normalmente (se não estamos atentos) constituídas por uma fatia translúcida de queijo “dito” flamengo dentro daquele estranho objecto, do género “pão oco por dentro”, a que os portugueses dão o nome de “carcassa” ou “papo-seco”. Ah, e ainda houve o “Emílio e os Detectives” do Erich Kästner, seguido de um outro cujo nome se me escapa mas metia também o Emílio, que me lembro ter lido numa daquelas intermináveis férias de praia que duravam dois meses e acabavam com as “marés vivas” de Setembro e as primeiras chuvas de Outono.
Entrado na adolescência, vieram uns livros de capa dura, biografias de inventores, descobridores e pioneiros do oeste, desde o casal Curie a Thomas Edison, passando por Kit Carson, Buffalo Bill, Marconi e ofícios correlativos, seguidos a distância pelos romances de cavalaria - Walter Scott, pois claro - “Ivanhoe” e por aí fora. Até aqui tudo certinho - não é? -, mas também por aqui começam a chegar algumas contradições, nem sempre objecto de “justa resolução no seio do povo”: nunca me entusiasmei lá muito com o Emílio Salgari e o Sandokan (vá lá saber-se o porquê), tendo mesmo lido poucos dos dele, e criei o meu primeiro ódio de estimação literário na pessoa e figura do Sr. Charles Dickens que, como dizia no meu livro de inglês do antigo 6ª ou 7º ano, escreveu “David Copperfield was a boy whose father died before he was born”. Pois acho foi mesmo por isso, tudo muito lúgubre e triste, negro mesmo, demasiado a puxar á “lagrimita” e nada consentâneo com a minha visão "glamourosa" do mundo e da vida. Como diz um velho amigo meu, era já a minha “insensibilidade social” a começar a manifestar-se. Pois que fosse... Manifestar-se-ia também, mais tarde, como verá! Ah, mas havia o Jules Verne, que bem compensava, com enormíssimas vantagens, a falta do Charles Dickens. Foram, até hoje e que me lembre, talvez os únicos livros que aluguei, na biblioteca do Liceu, embora fosse também comprando alguns e o meu pai tivesse chegado a casa, um dia, com um exemplar já antigo e com grafia em desuso (a que eu achei muita graça) da “Ilha Misteriosa”. Quanto ao Miguel Strogoff, o “Correio do Czar”, ainda me lembro de um exemplar que trazia um esquema explicando porque o “dito” não tinha ficado cego com a espada em “brasa”. Não tentei repetir a experiência, mas lá que era entusiasmante...
A partir para aí dos catorze, férias sem exame passaram a ser sinónimo de policiais da “Vampiro”, Agatha Christie, Erle Stanley Gardner, Rex Stout e Ellery Queen à cabeça. Nada de especialmente notável, portanto. Tudo muito mainstreem. Mas, tan, tan, tan, tan, à medida que se passa dos early para os late teens, as necessidades aumentam e, depois de passagem pelo Herculano e pelo Eça, obrigatório lá por casa – herdei do meu pai uma edição completa das obras do Eça (Lello & Irmão, 1945) e um “Mandarim” de 1907 -, eis que a minha insensibilidade social se manifesta de novo, face, agora, ao tão cantado neo-realismo – hem, aposto que desta gostou!!! – obrigatório à época numa família urbana de tradições liberais e, em parte, “reviralhista”. Final dos anos sessenta, sem quaisquer tradições ou ligações rurais para lá das criadas que lá por casa vinham maioritariamente de uma aldeia ali do Oeste, queria eu, adolescente urbano e fanático do rock n’ roll, saber lá dessas vidas dos ceifeiros do alentejo e dos operários das fábricas, que me diziam tanto respeito como as lições "salazarentas" dos livros da segunda e terceira classe, povoadas de avôs velhinhos e com longas barbas brancas, procissões e pais que regressavam, enxada ao ombro, do trabalho do campo? Claro que achava trabalho duro, talvez injusto e essas coisas assim, mas, para mim, como para muitos como eu, contestação à ditadura era pelo lado do conservadorismo social, do provincianismo do país, dos usos e costumes, da censura que nos impedia de ver os filmes “lá de fora” e, claro, da guerra. Que me reconcilia então com a literatura? Bom, um escritor, hoje em dia, considerado menor (não serei eu que estarei em completo desacordo), mas que falava de gente que se cruzava comigo e de assuntos "que me tocavam e diziam respeito” – a realidade urbana. E, depois, aquele que considero um livro-chave na modernidade da literatura portuguesa. No primeiro caso, refiro-me a Luís Sttau Monteiro e principalmente aos “Angústia para o Jantar” e “Um Homem Não Chora”; no segundo caso, o “Delfim” (e o ensaio “A Cartilha do Marialva”) do José Cardoso Pires.
Pois quer que continue, cara Miss Pearls? Pois aí vai. Bom, passando rapidamente pelo teatro do absurdo e por Eugene Ionescu - que, confesso, em dada altura me atraíram depois de uma leitura "em voz alta” do meu pai, um dia a seguir ao jantar, de “A Cantora Careca” (numa primeira abordagem, pensei que o meu pai estava a gozar connosco) - o início da idade adulta é marcado por aquilo que considero duas referências literárias que me ficaram para a vida. Um deles é, desde aí, o meu único (ou melhor, únicos) livro de cabeceira (é assim que se diz, não é?), a que volto sempre e sempre: a poesia “beat” de Ginsberg (“The Owl and Other Poems”) e Lawrence Ferlinghetti (“The Coney Island Of The Mind” e “Pictures Of The Gone World”, principalmente). Fotografia de JC à porta da City Lights de San Francisco faz parte, em local de destaque, do espólio cá de casa; e “The World Is A Beautiful Place” e “Just As I Used to Say” leituras que sei de cor. A outra referência foi o “Nouveau Roman”, principalmente depois de ler a Duras de “Moderato Cantabile” e o guião de “Hiroxima, Mon Amour”. Também “L’Anné Derniére...” de Alain Robe Grillet.
Bom, muitas e variegadas coisas se passaram depois disso, tendo chegado frequentemente à literatura através do cinema (olhe, foi o caso recente de “A Costa dos Murmúrios”, mas confesso preferi a Margarida Cardoso à Lídia Jorge), ou ao cinema através da literatura, como foi o caso da já citada Duras e do excelente “The End Of The Affair”, de Graham Green, um livro que tinha recomendado aos meus filhos, católicos. Pelo meio, algo ficou, como, por exemplo, o “Less Than Zero” do Ellis, o "Go-Between do L. P. Hartley ou a belíssima escrita da Agustina (confesso que, por vezes, muito chata). Mas, como esta já vai longa, por aqui me fico e despeço, com estas - algumas - referências literárias de um tecnocrata “frio e empedernido”, upon request de uma bibliotecária de Línguas e Literaturas Modernas, de seu nome Miss Pearls. Mas, já que estamos em maré de desafios, que tal se, em jeito de retribuição, eu lhe pedir agora para definir umas estratégias, ler uns P&L ou analisar uns estudos de mercado? Boa?
domingo, setembro 23, 2007
sábado, setembro 22, 2007
Mourinho, Abramovich e as empresas
sexta-feira, setembro 21, 2007
Afinal a televisão não faz assim tão mal aos jovens!...
quinta-feira, setembro 20, 2007
O "5 dias" e o regicídio
Mendes, Menezes, eu e o futuro da "pátria"
O problema maior é que, sendo eu um cidadão que me interesso suficientemente por estas coisas da política e do governo da nação – embora não militante de qualquer partido -, e não considerando indiferente a vitória de qualquer um dos candidatos, dei por mim, no dia e hora do debate (???), a preferir “ir vendo” um filme, pouco menos do que irrelevante, sobre a WWII, na RTP Memória (“A Noite Dos Generais”), em vez de ouvir atentamente os cidadãos Menezes e Mendes preocupados com o futuro da pátria. Confesso que a questão me angustiou, pois poderia ter trocado os M&M por um jogo do meu “glorioso”, uma exibição de garra dos “Lobos”, uns "gritinhos da Sharapova ou um filme interessante e uma das minhas séries da BBC favoritas. Nada disso: limitei-me a assistir displicentemente a um filme medíocre. Talvez fosse por isso, por pouco me interessar o futuro da pátria. Pelo menos prefiro pensar assim, em vez de concluir que, pura e simplesmente, M&M, se calhar, não passam de uns grandes e desinteressantes “chatos” e o futuro da pátria (ou lá o que quer que seja) não passa definitivamente por eles.
Mourinho deixa o Chelsea e este "blog" já o tinha previsto há algum tempo
quarta-feira, setembro 19, 2007
Cinema e Rock & Roll (11)
terça-feira, setembro 18, 2007
O profissionalismo dos McCann e o "lado de cá"
Culpados ou não se verá (?), e esperemos a justiça seja capaz de o determinar sem qualquer ponta de dúvida. Mas algo se pode dizer desde já com toda a justiça e com uma grande chapelada: o enorme profissionalismo da defesa dos McCann, que actua com a precisão de um relógio e mexe as suas pedras com o rigor de um grande mestre do xadrez. Tudo acontece como e quando deve acontecer: o regresso a Inglaterra; o perfil dos advogados contratados; a mudança dos assessores de comunicação e o seu perfil e antecedentes; as notícias, nada inocentes, saídas nos media, mesmo nos portugueses - sendo escolhidos os mais “sérios” como o “Público” -, sobre casos anteriores e semelhantes em que se provaram erros judiciais; o surgimento de peritos altamente qualificados na área cientifica e, por fim, o foco no grande telhado de vidro da PJ que constitui o “Caso Joana”. E, claro, simultaneamente com tudo isto e em pano de fundo, a normal cooperação entre polícias, actuando a inglesa na sombra com o silêncio dos inocentes.
Todo um rigor e profissionalismo que me parece, por contraste, começar a abrir algumas brechas na coesão do lado da investigação, que durante alguns dias viveu e se alimentou de uma “fuga para a frente” talvez não inteiramente consistente em função dos dados recolhidos e parecendo eventualmente reversível: recusa do Conselho Superior da Magistratura a divulgar elementos sobre o caso; indecisões sobre futuras audições e recusa do juiz de instrução à sua audição em Portugal; demissão ou afastamento de Olegário Sousa; hipóteses fantasiosas sobre o destino do corpo(?) e afirmações ridículas e irrelevantes para o caso, sopradas para os media, sobre a personalidade de Kate McCann, o seu perfil psicológico e o relacionamento com os filhos.
Gostaria de ter a certeza que os responsáveis pela investigação têm a perfeita noção dos terrenos que pisam e do que está em jogo. Infelizmente, em função do que vejo e dos antecedentes, estou longe de ter essa mesma certeza. Esperemos, pelo menos, que a televisão do Serviço Público não volte a cair na armadilha Barra da Costa, seja ela qual for ou chame-se como se chamar. É que é o mínimo...
História(s) da Música Popular (59)
Outro tema que aqui trago é talvez bem mais conhecido. Trata-se de “I’m Into Something Good” na interpretação dos Herman’s Hermits (Manchester 1963, cidade também dos Hollies e de Freddy & The Dreamers) de Peter Noone, o seu primeiro sucesso, #1 no UK em 1964 e também escrito por Gerry Goffin e Carole King. Os Herman’s Hermits e a sua música bem disposta e despretensiosa, nas margens da bubble-gum music, foram o que se pode chamar verdadeiros hit makers (“No Milk Today”, “There’s A Kind Of Hush”, “Can’t You Hear My Heartbeat”, etc, etc) e nas suas sessões de gravação chegaram a tocar os então músicos de estúdio Jimmy Page e John Paul Jones, mais tarde Led Zeppelin. Bom, e por hoje já chega. Voltaremos para o último capítulo de Goffin e King, passando depois a outras personalidades do Brill Building.
segunda-feira, setembro 17, 2007
Grandes Séries (20)
Trata-se da história da esquadrilha de caça “Hornet”, da "Royal Air Force”, durante as batalhas de França e de Inglaterra, e é muitíssimo mais do que um conjunto de excelentes cenas de batalhas aéreas - o que, para quem gosta, já não seria nada pouco: como boa série britânica que se preza, é também um retrato do relacionamento entre homens com personalidades, passados e futuros diferentes num ambiente, em certa medida, “fechado” e “redutor”. É, para além disso, um flashback que nos leva à sociedade de classes inglesa dos anos de “antes da guerra”. Também, uma homenagem àqueles a quem Winston Churchill se referiu numa das mais célebres frases de todos os tempos: "Never in the field of human conflict was so much owed by so many to so few" .
A série passou, e repetiu, na RTP2, no tempo em que não estávamos ainda reduzidos ao “modo de contar” americano e aos “Sopranos”, “CSI”, “Dr. House”, “Roma” e tudo o mais que antes se viu e adiante se verá. Nada contra, só que podiam fazer o favor de intervalar... No IMDB tem direito a um rating de 8.9 em 10. Como curiosidade, um dos actores da série é Nathaniel Parker, o Inspector Lynley de “Inspector Lynley Mysteries”, série já aqui referida e que tem passado entre a SIC Mulher e a BBC Prime. Para quem se quiser dar ao trabalho, “Piece Of Cake” (traduz-se por “é canja”) pode ser encomendada na Amazon por cerca de €25.
domingo, setembro 16, 2007
Requiem. III - Lacrimosa, Dies Irae
Penso ser este o problema actual de base: se os princípios de gestão de Scolari (um grupo fechado, ainda mais fechado se considerarmos os onze iniciais, modelo de jogo com poucas ou nenhumas “nuances” e sem sistema alternativo) se revelam extremamente adequados a uma fase final, concentrada, ou a uma qualificação com poucos jogos decisivos, já não o serão tanto, sem a introdução de alguma agilidade, para um período longo e com muitos jogos disseminados por esse mesmo espaço de tempo. Acresce que quando introduz alguma flexibilidade nesses princípios o faz não de uma forma prospectiva, mas sempre em função de algo que já correu mal, como aconteceu no Europeu de 2004 e, recentemente, depois do jogo com a Arménia. É exactamente o contrário do que manda a gestão (gerir é prever) e confirma um dos seus defeitos, já aqui citado, de alguma falta de rigor na abordagem e preparação dos jogos. E perde o controle: antes do problema acontecido no jogo com a Sérvia, será bom lembrar as declarações no final do jogo com a Arménia sobre o modo como “corriam” os jogadores desta equipa. Aparentemente, o disparate ficou esquecido, e interrogamo-nos se terá merecido alguma chamada de atenção por parte da FPF, prevenindo o futuro. Em vez de afirmações dignas de qualquer treinador de terceira categoria (que Scolari não é), deveria, com o seu grupo, ter procurado as respostas para o acontecido.
Provavelmente, directa ou indirectamente comandará a equipa até ao final da qualificação. Se falhar, abandonará; se conseguir o apuramento, o que é bastante provável, ficará até Julho de 2008 e será bem possível consiga uma boa presença nessa mesma fase final, onde os seus princípios de gestão se revelam mais eficazes. Mas acabará aí, mesmo que campeão, o seu contrato com a FPF. Restará a esta, com aquilo que entretanto terá aprendido, não voltar atrás, ao tempo dos Oliveiras e dos casos Paula, do corropio de jogadores entrando e saindo porque sim, à época de tornar jogadores internacionais à força por mor da sua valorização, contratando um treinador estrangeiro (europeu) que potencie os importantes “activos” deixados por Scolari e minimize os seus pontos fracos. Não há caminho de regresso!
sábado, setembro 15, 2007
sexta-feira, setembro 14, 2007
Reforma adiada?
Requiem. II - Gloria, Laudamus te, Gratias
A fase de apuramento para o Mundial de 2006, num grupo fácil mas com uma abordagem globalmente correcta da parte do seleccionador, tem pouca história para contar. Um ponto alto – a goleada à Rússia – e um empate no Lichtenstein, percalço sem significado de maior, são os acontecimentos que fogem ao normal fluir das coisas. Algo, quanto a mim, daquilo que viria a ensombrar o futuro é já, aqui e ali, visível. No campo, e no jogo da Eslováquia, a dificuldade da equipa para controlar o jogo quando é dominada (controle e domínio são coisas diferentes), defendendo demasiado baixo com os médios encostados à defesa, principalmente contra adversários de elevado poder físico-atlético, rápidos e fisicamente poderosos como era o caso. Fora dele, no caso do convite da Football Association, Scolari revela-se pouco cuidadoso no controle das suas emoções, na gestão do seu comportamento e da sua relação com a entidade patronal (FPF), causando a esta visíveis embaraços. E quando afronta alguns dos seus críticos mais acérrimos (Rui Santos – testa de ferro de Carlos Queiroz - António Pedro Vasconcelos, etc), alguns revelando comportamentos nas margens da xenofobia ou da idiotice “pura e dura” (há quem chegue a levantar a questão de um estágio no calor do Alentejo, quando se sabe que no centro da Europa Junho/Julho são normalmente meses bastante quentes, como se veio a verificar), em vez de optar por um tom distanciado e superior – talvez didáctico ou até sobranceiro, como seria mais indicado -, responde desabrida e malcriadamente. Mas, lá está, nem deus nem diabo, gere correctamente as pressões para convocar Quaresma (que estava longe da maturidade e de ser um indiscutível), aproveitando, mais uma vez, para demonstrar aos derrotados a sua condição, e constitui um grupo para enfrentar a fase final de gente internacionalmente experiente, com “escola” e traquejo nas grandes competições europeias, mostrando que a fase final de um Campeonato do Mundo não é um passeio ou uma feira de vaidades. É essa experiência de sargento calejado no terreno e no combate que lhe permite conhecer que quem joga bem e deslumbra raramente chega longe, optando pelo útil em detrimento do espectáculo. Chega ao 4º lugar e dificilmente poderia chegar mais longe: faltam-lhe um ponta de lança (uma vez mais não consegue “integrar” quem joga por contraste: Pauleta, um jogador de último toque, e Luís Boa-Morte, com o seu futebol físico e directo), algum poder e frescura físicas e um modelo de jogo ganhador, que não seja o dos excelente vencidos. É a glória! (continua)
quinta-feira, setembro 13, 2007
Requiem. I - Introitus
A contratação de Scolari, como antes disso a de Humberto Coelho, insere-se numa tentativa de mudança nesta luta pelo domínio da selecção e da FPF (lembram-se da candidatura de Artur Jorge?) quando os ventos começavam a soprar diferentemente, o Sporting tinha dito, de uma vez por todas, adeus ao populismo que marcou a sua gestão durante anos, o Benfica começava, mesmo que por maus caminhos, a “mexer-se” e a região norte via definhar a sua importância política e económica. Humberto Coelho veio cedo demais; Scolari em altura mais certa e, além de ter sido campeão do mundo, tinha atrás de si a força de multinacionais como a Nike e de patrocinadores importantes, o que enfraquecia a posição negocial de Joaquim Oliveira.
A sua nomeação (de Scolari) correspondeu a um autêntico golpe de estado legal dentro da FPF e Scolari, percebendo-o, assumiu-o de forma exemplar com o afastamento de Vítor Baía, assim indicado urbi et orbi como o representante da facção perdedora dentro da selecção e do seu grupo de jogadores. Foi um aviso do tipo “I don’t take prisioners”!, e o afrontamento directo a quem tinha perdido o poder, seguindo-se-lhe, depois disso, algumas entrevistas destinadas a fazer entender de que lado estava, quem seriam os seus inimigos e quais os seus aliados. Foi esta sua atitude que lhe permitiu grangear as primeiras simpatias, fora do núcleo duro dos adeptos do FCP, e foi ela, já então misturada com laivos de um populismo terceiro-mundista, a semente da empatia e mobilização que mais tarde viria a conseguir com o público português.
(Um avanço no tempo para verificar que, neste cenário, surgirá mais tarde um imprevisto: o FCP de José Mourinho vence a taça UEFA e sagra-se campeão europeu, fortalecendo a posição do poder deposto. Scolari, sem alternativa e correndo o risco de sair sem glória, muda a equipa em pleno europeu, com isso conseguindo manter a empatia a sul conquistando apoios a norte – ou pelo menos retirando-lhes alguns argumentos de contestação.)
Voltando atrás, esta questão arrumada - pese embora o ruído de fundo vindo de muitos jornalistas pouco preparados, outros pouco inteligentes, ainda outros tantos porta-vozes de alguns interesses, bem como de alguns comentadores confortáveis no papel de idiotas úteis -, haveria que dar lugar ao futebol. Mas, sem isso certamente não haveria futebol, tal como pouco tinha existido nos anos anteriores.
Scolari tem então quase dois anos para preparar um grupo para disputar a fase final do Euro 2004 e mostra desde logo o seu melhor e o seu pior:
- Uma grande capacidade para formar e liderar o seu grupo; uma total impermeabilidade às influências de terceiros e a percepção de que, no futebol actual, nenhuma selecção pode ter êxito sem princípios e um modelo e jogo definidos, o que é incompatível com a entrada e saída permanente de jogadores sem que se tenha em conta o colectivo onde se vão inserir. Digamos que, no estado de então das selecções, não era qualidade de somenos.
- Passividade na aceitação de um modelo de jogo herdado do passado e falta de rigor na perspectivação do jogo seguinte; e, logo, deficiente preparação e pouca flexibilidade na sua abordagem, para além de um conservadorismo extremo levando a sua lógica de decisões para além do minimamente defensável.
Disse então entre o meu círculo de amigos ligados a estas coisas do futebol que, indo a selecção portuguesa disputar a fase final do Europeu em casa - onde seria, logicamente uma das favoritas - tendo de defrontar equipas que se iriam fechar na defensiva, a primeira coisa a fazer, e já que o tempo disponível constituía para isso uma oportunidade única, seria mudar o modelo de jogo da selecção - uma equipa tradicionalmente “de espera” e de contra-ataque com problemas quando tinha de jogar em “ataque continuado” - pois, caso não o fizesse, iria sentir dificuldades quando “provasse do seu próprio veneno”. Scolari não o fez, acomodou-se, e perdeu duas vezes com a Grécia, falhando a conquista do Europeu. (continua)
quarta-feira, setembro 12, 2007
A polícia angolana e os direitos humanos...
Como disse? Cursos de formação sobre direitos humanos ministrados pelo estado angolano à sua polícia? Acho que sim, e só não percebo porque não convidaram para o efeito um qualquer inspector da PIDE reformado (porventura não precisam). Mas, já agora, tenho mais sugestões a dar. Que tal cursos de fair play no desporto ministrados por Paulinho Santos e pelo presidente do FCP (tendo como professor convidado o “guarda Abel”)? E de Literatura Portuguesa tendo como professora Margarida Rebelo Pinto? Ou, já agora, de gestão autárquica, aqui havendo vários candidatos a uma cátedra, desde o Sr. Ferreira Torres a Isaltino Morais?... Por último, porque não “Ética na Gestão Empresarial” leccionada por aquela senhora Dos Santos, empresária e gestora de sucesso no país? Bom...mas desculpem a citação do anúncio: “perfeito, perfeito”, seria mesmo convidarem para uma pregação o próprio Frei Tomás – em pessoa, ele mesmo. De uma vez, parece resolveriam o assunto. Mas... e se, por uma vez, uma só que fosse, os alunos decidissem não fazer o que ele faz?
terça-feira, setembro 11, 2007
Nuno Ramos de Almeida, o "Cinco Dias" e a origem social dos jogadores de rugby
Quanto á questão do hino nacional, o meu post anterior, penso, responde à questão.
E, já agora, falando da cobertura mediática, claro que a FPR aproveitou a presença no Campeonato do Mundo para fazer a promoção do rugby; seria estúpida e incompetente se não o fizesse, não acha? É um desporto de repercussão mundial, ainda numa fase relativamente incipiente em Portugal e que, por isso mesmo, pode progredir bastante. Mas deixe-me lembrar-lhe que os jogos estão a ser transmitidos no “Cabo”, e em canal codificado, enquanto os de basquetebol o são na RTP2. Além disso, o basquetebol vê os jogos da sua liga profissional serem habitualmente transmitidos também na RTP2 (nada contra) enquanto no caso do rugby isso acontece apenas com alguns jogos internacionais (não todos).
Para terminar: todos falamos da indiscutível crise da direita. Nada mais verdadeiro. Mas será esta, a de NRA, a esquerda “alternativa” que temos? Como costumava dizer uma amiga minha, “que susto”!
segunda-feira, setembro 10, 2007
A selecção de rugby e o hino nacional
Bom, vem isto a propósito dos comentários que já ouvi sobre o modo entusiasta e sentido (o que é verdade) sobre o modo como os jogadores da selecção nacional de rugby entoam o hino, no início dos jogos, em contraste com o que acontece noutros desportos, mormente no futebol, falando desde logo esses mesmos críticos num maior patriotismo e vontade de vencer. Será mesmo assim; será essa a razão? Sobre a (grande) vontade de vencer não tenho qualquer dúvida, tendo por lá passado, meio a brincar, e tendo amigos e familiares chegados que também por lá andaram, uns mais a sério do que outros. Patriotismo? Acho que sim, e falo pelos outros, que essa não é definitivamente religião que professe, embora não veja bem a razão porque Juan Murré, Cristian Spachuck e Juan Severino, que não nasceram portugueses tal como Deco ou Pepe, o possam ser mais ou menos do que Cristiano Ronaldo ou Nuno Gomes. A questão é bem outra.
Pela sua essência, o rugby é um desporto bastante mais colectivo do que o futebol. Quer isto dizer que as individualidades não são importantes? Claro que são, mas, ao contrário do que acontece no futebol, por exemplo, dificilmente um jogador de génio pode decidir um jogo ou disfarçar uma fraca exibição colectiva. Para se impor, precisa muito de todos os outros e, ainda mais, do espirito e acerto do grupo, como um todo. Por outro lado, o rugby é um desporto de combate, de conquista de terreno, necessitando uma equipa muito mais desse espirito de “corpo”, como um exército em combate, do que outros desportos com características bem diversas. Daí o “Haka” dos "All Blacks", um tradicional grito de guerra maori. Daí que o hino funcione muito como um cântico guerreiro, como elemento catalizador desse espírito de união e de combate, cantado a plenos pulmões com ganas de vencer, tal como quando um exército se prepara para o combate que pode decidir as suas vidas e dos seus. É fundamentalmente esta a razão, e sendo uma excelente razão seria também pouco razoável, e até talvez injusto, que se fizessem comparações com outros desportos sem estabelecer e ter presentes as diferenças. Lá por cantarem eventualmente o hino com bem menor vozeirão ou espirito guerreiro, estou certo que Cristiano, Jorge Andrade e Deco têm tantas ganas de ganhar como Vasco Uva, Luis Pissarra, Cristian ou os dois Juans. Que se conceda, pois, o direito á diferença ao que é diferente.
História(s) da Música Popular (58)
Ficam então aqui as duas versões de “Chains”; é só dizer qual prefere!
Vamos avaliar a PJ?
Bom, de qualquer modo, tendo dito isto e sabendo que, no fim do dia, a avaliação última tem necessariamente que ver com a resolução dos casos que investiga, penso seria este o momento indicado para algum escrutínio mediático sobre a nossa polícia de investigação criminal, centrado em questões muito simples que nos permitissem lançar alguma luz sobre a sua efectiva excelência. Por exemplo, como são recrutados os seus membros? Qual a sua origem, formação de base e posterior evolução? Que cursos frequentam? Como é feita a formação interna? Existem protocolos com polícias estrangeiras para frequência de estágios, cursos de formação, troca de experiências (case studies), actualização, etc? Existem procedimentos institucionalizados de avaliação permanente dos seus membros? Como progridem nas suas carreiras? Como comparam as suas estruturas orgânicas e de funcionamento com as suas congéneres da UE? Com que frequência são efectuadas auditorias e avaliações externas?
Fiquemo-nos por aqui... Senhores jornalistas e “meios” de referência, alguém aceita o repto?
domingo, setembro 09, 2007
O primeiro golo de Portugal no jogo de ontem e a arbitragem
sábado, setembro 08, 2007
As Capas de Cândido Costa Pinto (34)
sexta-feira, setembro 07, 2007
Da descoordenação das polícias...
A Guerra Aqui (mesmo) Ao Lado (25)
O RCP e a "Festa do Avante"
O “Clube de Opinião” desta manhã, no RCP (todos os dias úteis pelas 9.30h, normalmente um espaço de análise política e de sociedade interessante), foi totalmente preenchido por um dirigente do PCP (peço desculpa por não me lembrar do nome) e da “Festa do Avante” fazendo a propaganda da dita e transformando o dito “clube” num espaço de “Tempo de Antena” sem a obrigatória identificação enquanto tal. Isto perante a complacência do jornalista do RCP (Nuno Domingues?) que se limitava a “dar as deixas” para a promoção da festa. Sobre algumas presenças vindas do estrangeiro e “incómodas” para o PCP - como as FARC, por exemplo, para me ficar apenas por aqui -, assunto que tem vindo a ser, e bem, denunciado na "blogosfera”, nem uma pergunta ou interrogação. Jornalismo ou problemas de consciência de Luís Osório?
quinta-feira, setembro 06, 2007
3 temas 3 que já ouvimos em qualquer lado (III)
O Comendador Berardo e a compreensão do mundo
Joe Berardo, o verdadeiro e único empresário “democrata, antifascista e patriota” (também benfiquista, pois claro, poderia lá ser de outro modo sem negar aquele estatuto tão arduamente conseguido em participadas assembleias gerais e entrevistas a Mário Crespo!?), parece que decidiu construir, lá para os lados do Bombarral, um jardim chinês com estátuas “cópias dos guerreiros de terracota de Xian e um lago artificial com um pagode (um “pagode” mesmo? um grande pagode?) no meio. Penso que a ideia – segundo Berardo – é os visitantes, “todos vestidos de igual para terem uma melhor compreensão do mundo”, poderem meditar e reflectir sobre si próprios.
Duas reflexões o assunto me merece:
- A primeira para agradecer ao Comendador Berardo o kitsch de tão notável empreendimento, já que isso me permite não só verificar quão feliz sou por ter bom gosto, como concluir, uma vez mais, quanto nós, os supostamente cultos e mais ou menos bem nascidos, ao ser-nos assim dada a oportunidade de nos compararmos com a sociedade afluente , temos a agradecer à divina providência pela graça concedida.
- A segunda porque finalmente percebi porque (eu acho) tenho uma “melhor compreensão do mundo”: é que entre o colégio e o serviço militar obrigatório, andei cerca de dez anos “vestido de igual”, ou seja, fardado!
Já agora um conselho, Senhor Comendador: farde-se, farde-se! Não importa bem de quê!
quarta-feira, setembro 05, 2007
3 temas 3 que já ouvimos em qualquer lado (II)
terça-feira, setembro 04, 2007
Que pode o futebol aprender com o rugby?
segunda-feira, setembro 03, 2007
História(s) da Música Popular (57)
Pois aqui ficam agora os Drifters (“Up On The Roof”) e Carole King, como intérprete, (“It Might As Well Rain Until September”). Deste fica também a bem sucedida versão da britânica Helen Shapiro (1963), que alcançou algum sucesso, mesmo em Portugal, com “Walking Back To Happiness” (1961). Voltaremos ainda a Goffin e King em 1962, mas com algo a merecer específico e individualizado destaque.
O "Bloco de Esquerda" e o Socialismo
domingo, setembro 02, 2007
De como não resisti à "Dianomania" e fui jantar ao San Lorenzo - e reincidi
Bem, devo dizer, em abono da verdade, que o San Lorenzo não me deixou especiais memórias; bom, quanto baste, e nada mais. Como diria o José Quitério, “do comido e do provado” (e do bebido, acrescento), retenho apenas uma ideia vaga de umas alcachofras sem história, de uma vez, e de um “Beaujolais noveau”, acho que de outra vez, já que com os vinhos era bem preciso ter cuidado e qualquer "1er Cru" bordalês, em semelhante enquadramento, seria bem capaz de me levar à ruína. Nada de transcendente, portanto, nem de memórias gastronómicas exaltantes, o que não abonaria muito dos gostos de Lady Diana Spencer que não necessitariam desta prova suprema para tal comprovação. E a conta, claro, a conta, perguntarão, terá ela ficado na memória, dado o local escolhido e a “sobretaxa” Diana? Olhem que não, olhem que não!... Carote, claro, um pouco para o puxavante, mas nada de me arrepiar a espinha ou fazer soltar um “ui!” acompanhado de um esgar doloroso - sabendo antecipadamente onde ia, onde estava e ao que ia, sem dúvida. Digamos que antes e depois de tal acontecimento, passei algumas vezes por situações bem mais delicadas e a requererem outro tipo de expertise.
E como todas as histórias de princesas e fadas (?) têm sempre uma moral, mesmo que amoral, qual a conclusão a tirar? Bom, tenho aqui uma boa oportunidade para, quando lá entre o céu e o inferno me reencontrar com Diana Spencer já sem os entraves do protocolo e das diferentes contas bancárias, iniciar uma daquelas vulgares conversas de engate, que, por sinal, não fazem mesmo nada o meu género, do tipo: “sabe, fui lá jantar ao “seu” restaurante umas duas vezes e, deixe-me que lhe diga, não achei nada de especial”. É que no céu até as mais vulgares conversas de engate devem ter a sua desculpa, e no inferno por certo ficam sem punição! Et voilá!