Gosto pouco de gente que não pensa – ou pensa pouco. Certamente, muito menos do que deveria e os jornalistas e críticos de desporto, neste país, normalmente pensam pouco. Ele há excepções, e algumas vezes já aqui as referi.
Bom, vem isto a propósito dos comentários que já ouvi sobre o modo entusiasta e sentido (o que é verdade) sobre o modo como os jogadores da selecção nacional de rugby entoam o hino, no início dos jogos, em contraste com o que acontece noutros desportos, mormente no futebol, falando desde logo esses mesmos críticos num maior patriotismo e vontade de vencer. Será mesmo assim; será essa a razão? Sobre a (grande) vontade de vencer não tenho qualquer dúvida, tendo por lá passado, meio a brincar, e tendo amigos e familiares chegados que também por lá andaram, uns mais a sério do que outros. Patriotismo? Acho que sim, e falo pelos outros, que essa não é definitivamente religião que professe, embora não veja bem a razão porque Juan Murré, Cristian Spachuck e Juan Severino, que não nasceram portugueses tal como Deco ou Pepe, o possam ser mais ou menos do que Cristiano Ronaldo ou Nuno Gomes. A questão é bem outra.
Bom, vem isto a propósito dos comentários que já ouvi sobre o modo entusiasta e sentido (o que é verdade) sobre o modo como os jogadores da selecção nacional de rugby entoam o hino, no início dos jogos, em contraste com o que acontece noutros desportos, mormente no futebol, falando desde logo esses mesmos críticos num maior patriotismo e vontade de vencer. Será mesmo assim; será essa a razão? Sobre a (grande) vontade de vencer não tenho qualquer dúvida, tendo por lá passado, meio a brincar, e tendo amigos e familiares chegados que também por lá andaram, uns mais a sério do que outros. Patriotismo? Acho que sim, e falo pelos outros, que essa não é definitivamente religião que professe, embora não veja bem a razão porque Juan Murré, Cristian Spachuck e Juan Severino, que não nasceram portugueses tal como Deco ou Pepe, o possam ser mais ou menos do que Cristiano Ronaldo ou Nuno Gomes. A questão é bem outra.
Pela sua essência, o rugby é um desporto bastante mais colectivo do que o futebol. Quer isto dizer que as individualidades não são importantes? Claro que são, mas, ao contrário do que acontece no futebol, por exemplo, dificilmente um jogador de génio pode decidir um jogo ou disfarçar uma fraca exibição colectiva. Para se impor, precisa muito de todos os outros e, ainda mais, do espirito e acerto do grupo, como um todo. Por outro lado, o rugby é um desporto de combate, de conquista de terreno, necessitando uma equipa muito mais desse espirito de “corpo”, como um exército em combate, do que outros desportos com características bem diversas. Daí o “Haka” dos "All Blacks", um tradicional grito de guerra maori. Daí que o hino funcione muito como um cântico guerreiro, como elemento catalizador desse espírito de união e de combate, cantado a plenos pulmões com ganas de vencer, tal como quando um exército se prepara para o combate que pode decidir as suas vidas e dos seus. É fundamentalmente esta a razão, e sendo uma excelente razão seria também pouco razoável, e até talvez injusto, que se fizessem comparações com outros desportos sem estabelecer e ter presentes as diferenças. Lá por cantarem eventualmente o hino com bem menor vozeirão ou espirito guerreiro, estou certo que Cristiano, Jorge Andrade e Deco têm tantas ganas de ganhar como Vasco Uva, Luis Pissarra, Cristian ou os dois Juans. Que se conceda, pois, o direito á diferença ao que é diferente.
4 comentários:
Acho que a questão não será bem essa, da vontade de ganhar, até porque os meninos da bola gostam é de cobertura mediática, ma da positiva!
O que se passa, é que ao menos estes abrem a boca para cantar, os meninos já nem isso, até porque poderá ser por não saberem a letra!
Querer ganhar é uma coisa, ser patriota é outra...
Cap créus:
Eu, que sou demasiado "misturado" para ser patriota (de que país? daquele onde nasci, do outro onde nasceu o meu pai, do de uma das minhas avós ou de Malta, dos meus trisavós?)e joguei rugby tal como um irmão e um dos meus filhos, acho que não podemos enaltecer o espírito de uns (os do rugby) em detrimento de outros (os do futebol). São desportos muito diferentes (como disse, o rugby é um desporto de combate), com um espírito tb ele diferente, o que não impede que ambos queiram ganhar. Se vir os outros jogos do mundial, o espírito ao cantar o hino é mtº semelhante em todas as equipas. Por exemplo,falando de basket, já reparou que cantar o hino com o mood & tone com que o fizeram os jogadores portugueses de rugby, num pavilhão e num desporto em que o contacto físico é penalizado, soaria completamente ridículo?
Cumprimentos
Concordo plenamente com o post. Acho que só quem já jogou Rugby poderá perceber aquele estado de euforia, união e motivação antes de um jogo. Não querendo menosprezar os outros desportos, alguns dos quais sou verdadeiro adepto, considero o Rugby o expoente máximo do desporto de equipa, do treino, do trabalho e acima de tudo do sacrificio. Considero que é igualmente uma importante escola de valores, onde se interiorisa uma cultura de grupo acima de qualquer individualidade, pois só assim a vitória é possível. Concluindo, percebo perfeitamente os sentimentos do XV nacional quando ouviram o hino, não só porque percebo o sentimento motivação para o combate (não confundir com violência)como, por conhecer alguns daqueles jogadores, sei dos sacrificios pessoais (namoradas, trabalho, universidade, ...) que cada um deles teve de fazer para ali estar naquele momento.
MUNDIAL:RUI CORDEIRO E LOBOS ARREPIAM
NÃO FOI SÓ EM PORTUGAL QUE O HINO PUXOU PELAS EMOÇÕES
12.09.07
FONTE: JORNAL RECORD
Os homens também choram, e isso ficou provado quando os jogadores da Selecção cantaram o hino antes do Escócia-Portugal. As imagens emocionaram o País mas não só. No bloco informativo dedicado à prova, a TF1 – uma das principais cadeias de televisão francesas – anunciou “o momento mais incrível do Mundial até agora” e, de seguida, exibiu “A Portuguesa” na íntegra, com os Lobos a chorarem.
Não é todos os dias que se vê um “gigante” de 1,84 metros e 140 kg a chorar como uma criança. Mas Rui Cordeiro foi um dos Lobos que mais impressionou a cantar hino. Logo ele, que “é difícil ir às lágrimas”. “Senti tanta coisa. O hino sempre foi um momento importante nos nossos jogos e nós não o cantamos, gritamos! Depois entre o aquecimento e o regresso, as bancadas, que ainda estavam quase vazias, compuseram-se. Deu-me muitas ganas”, explicou Cordeiro, prosseguindo: “Assim como a Nova Zelândia se motiva com o ‘haka’, nós fazemo-lo com ‘A Portuguesa’.”
Força Lobos!
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