Muito mau sinal, o adiamento da parte mais significativa da Reforma da Administração Pública para 2009. Das duas, uma: ou o calendário foi estabelecido com uma dose significativa de voluntarismo e era, à partida, “incumprível”, o que revela falta de conhecimento, planeamento deficiente ou incapacidade de o pôr em prática, ou o adiamento se deve a problemas ao nível da vontade e capacidade política para a executar. Se ambas as causas são razão para preocupações, a segunda – a ser essa, efectivamente, a verdadeira – é caso para sérias interrogações. Indiscutivelmente, este sim, um falhanço do governo e uma verdadeira oportunidade para a oposição. Só que, implicando esta reforma algumas medidas que têm sido contestadas fortemente pelos sindicatos, este adiamento constitui, para o PCP e “Bloco”, uma dávida que só não é vinda dos céus porque se trata, maioritariamente, de não crentes. Quanto ao PSD (o CDS existe?), com a onda de populismo que por lá grassa e a ideia peregrina (aqui já podemos falar de crentes) e demagógica de Luís Filipe Menezes estar à porta das fábricas (e das repartições? – há que não discriminar) ao lado da contestação laboral, que coerência restará para uma interpelação credível ao governo? Pois é, a facilidade populista é uma tentação demasiado grande para que lhe resista quem da política tem uma concepção tablóide.
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