Aqui e ali afloram nos "media" e na "blogosfera" preconceitos de classe - ou manifestações de “racismo de classe”, mais propriamente - face à origem social de muitos dos jogadores da selecção nacional de rugby. Exemplar, no mau sentido, este post de Nuno Ramos de Almeida (NRA) no “Cinco Dias”, esquecendo, por exemplo, que “os melhores resultados” não são uma categoria absoluta, mas sim relativa nessa comparação se integrando questões tão relevantes como os antecedentes e grau de desenvolvimento de cada desporto em Portugal, condições da sua prática (infra-estruturais e financeiras), notoriedade e importância de cada desporto a nível mundial, etc, etc, e muitos mais etcs que NRA bem conhece mas faz por não se lembrar. Por isso, não se exigem nem se festejam da mesma maneira resultados do futebol (onde se exige – e bem – um lugar, pelo menos, nas meias-finais das principais competições e menos do que isso é uma desilusão), no basquetebol, no andebol, no hóquei em patins (aqui exige-se sempre o título e, dados os antecedentes e a pouca relevância internacional do desporto, só nos tempos do “hóquei patriótico” isso dava direito as festejos) ou no rugby. Do mesmo modo que não se espera que o Bloco de Esquerda obtenha nas eleições um resultado ao nível do PS ou PSD, festejando os seus militantes, com toda a razão e legitimidade, resultados de 7 ou 8%. O problema de NRA e de outros autores de disparates semelhantes é que estas suas afirmações, no fundo, não andam assim tão longe como eles próprios possam pensar dos comentários ignóbeis de Jean Marie Le Pen sobre a composição étnica da selecção de futebol da França ou mesmo, no limite, das atitudes de Adolf Hitler face ás vitórias de Jessie Owens nos Jogos Olímpicos de 1936. Quais seriam os comentários e as atitudes de NRA e dos seus pares de pensamento se alguém, repetidamente, viesse a terreiro afirmar que a maioria dos atletas de uma dada selecção nacional eram pretos ou amarelos, maltrapilhos ou analfabetos? Ou afirmar, com desdém, que a maioria era da Cova da Moura ou do Bairro das Furnas? Que pensa dos ataques de tantos críticos e comentadores aos “brasileiros”, Deco e Pepe, da selecção de futebol? Ou será que isto do racismo é só étnico e não uma questão social com dois sentidos, como efectivamente o é e NRA, certamente, não desdenharia comigo concordar?
Quanto á questão do hino nacional, o meu post anterior, penso, responde à questão.
E, já agora, falando da cobertura mediática, claro que a FPR aproveitou a presença no Campeonato do Mundo para fazer a promoção do rugby; seria estúpida e incompetente se não o fizesse, não acha? É um desporto de repercussão mundial, ainda numa fase relativamente incipiente em Portugal e que, por isso mesmo, pode progredir bastante. Mas deixe-me lembrar-lhe que os jogos estão a ser transmitidos no “Cabo”, e em canal codificado, enquanto os de basquetebol o são na RTP2. Além disso, o basquetebol vê os jogos da sua liga profissional serem habitualmente transmitidos também na RTP2 (nada contra) enquanto no caso do rugby isso acontece apenas com alguns jogos internacionais (não todos).
Para terminar: todos falamos da indiscutível crise da direita. Nada mais verdadeiro. Mas será esta, a de NRA, a esquerda “alternativa” que temos? Como costumava dizer uma amiga minha, “que susto”!
Quanto á questão do hino nacional, o meu post anterior, penso, responde à questão.
E, já agora, falando da cobertura mediática, claro que a FPR aproveitou a presença no Campeonato do Mundo para fazer a promoção do rugby; seria estúpida e incompetente se não o fizesse, não acha? É um desporto de repercussão mundial, ainda numa fase relativamente incipiente em Portugal e que, por isso mesmo, pode progredir bastante. Mas deixe-me lembrar-lhe que os jogos estão a ser transmitidos no “Cabo”, e em canal codificado, enquanto os de basquetebol o são na RTP2. Além disso, o basquetebol vê os jogos da sua liga profissional serem habitualmente transmitidos também na RTP2 (nada contra) enquanto no caso do rugby isso acontece apenas com alguns jogos internacionais (não todos).
Para terminar: todos falamos da indiscutível crise da direita. Nada mais verdadeiro. Mas será esta, a de NRA, a esquerda “alternativa” que temos? Como costumava dizer uma amiga minha, “que susto”!
4 comentários:
Acho que nem vale a pena comentar idiotas como o NRA, que fala do que não sabe e sofre de preconceitos sociais que deveriam ser analisados por um profissional. Os meninos betinhos batiam-lhe na escola? ou roubaram-lhe a namorada?
Esse sujeito mediocre não merecia uma explicação como a sua... Mas afinal quem é esse NRA? A unica info que encontrei no Google é que seria uma especie de fundamentalista de esquerda/género destruidores exploraçoes agricolas..
Caro Guez, obrigado pelo seu coment�rio. Vale sempre a pena respeitar quem n�o pensa como n�s e combat�-los no campo das ideias. Foi o que tentei fazer. Espero que com sucesso.
Cumprimentos e volte sempre.
Acho que deu uma resposta á altura!
Provávelmente , como já foi escrito acima, se calhar na escola levava tautau dos meninos betinhos....
Enviar um comentário