domingo, outubro 14, 2012

Ironias...

O que não deixa de ser irónico no que esta "história" da Tecnoforma/Passos Coelho/Relvas revela, é ser um primeiro-ministro que na sua vida profissional nada mais fez do que saltar do Estado para a gestão(?) de empresas cuja existência e actividade dependiam exclusivamente desse mesmo Estado e das benesses do poder político a ter vindo propor, em campanha eleitoral, a "retirada do Estado da vida das empresas", "a diminuição do peso de "Estado", a "libertação da sociedade civil" e outras orientações do mesmo teor. É que das duas, uma: ou se tratou de um muito católico arrependimento pelos pecados cometidos, de uma bem mais "maoísta" autocrítica revolucionária com regresso "à linha justa" ou então, pura e simplesmente e tal como a promessa de não aumento de impostos, estivemos perante mais um estratagema, infelizmente não virgem em Portugal, para arrecadar mais um "votitos" nas eleições, que isto da vida custa a todos.

Mas atenção: é este o "ambiente" em que esta gente cresceu e se habituou a viver e, por isso mesmo, é bom estar atento ao que se passa nas privatizações e na futura e provável concessão da RTP, que de Miguel Relvas depende. Isto caso não queiramos ver substituído o saudável - em termos genéricos - princípio de o "Estado sair das empresas" por um outro, no mínimo, bem menos higiénico e ainda mais promíscuo, das "empresas a entrar no Estado". "Rapidamente e em força", claro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Nem mais:
"Mas atenção: é este o "ambiente" em que esta gente cresceu e se habituou a viver"

Pois é, e desta gente também, aqui já entra a minha opinião, fazem parte os anteriores de outra côr partidária mas com a mesma lógica de delapidação das finanças publicas.

Talvez se entenda porque é que a classe politica é muito mal vista (para não utilizar outro termo) pela população.

Claro que há e existem politicos honestos e integros...são é poucos, e acabam trucidados "por esta gente".

Não creio que exista solução no meio do sistema (ou partidos) que temos. O compadrio é demasiado forte para provocar rupturas e reformas, pois há sempre "algum amigo" "desta gente" pelo meio.

Isto ainda vai acabar mal.

Cumprimentos

JC disse...

"Infelizmente não virgem neste país", disse.