Impressões de cerca de duas horas passadas na sala de espera de um serviço público (Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres):
- Os "mitos urbanos" continuam em alta, desde o "ouro que Salazar deixou e não autorizou que os americanos levassem", passando pela "qualidade" desse ouro (acho que em quilates) que "nada tem a ver com o que temos hoje" (hoje é e qualidade inferior, claro), até uma qualquer história com Vítor Constâncio que é um género de traidor pois sempre fez o que a "Europa" quis pois já sabia que ia para a tal "Europa".
- Deu para re-confirmar que a qualidade dos serviços públicos foi das coisas que melhorou exponencialmente no Portugal dos últimos anos. Profissionalismo, organização, razoável eficiência e funcionários que nos tratam como iguais que apenas, na circunstância, estão do outro lado do balcão. Esperei pouco mais de hora e meia e tinha quarenta e duas senhas à minha frente. Entretanto, informado do tempo de espera, deu para dar uma volta e "arejar" um pouco.
- Se os serviços não funcionam ainda melhor tal deve-se, em grande parte, à iliteracia de muitos cidadãos e à sua pouca disciplina. Não preparam os documentos, têm dificuldades em perceber as instruções e em preencher os impressos, são pouco pacientes e muito desorganizados. Herança de centenas de anos de pobreza (a pobreza não é só ter fome e frio) e de um país cujo processo de urbanização é recente. Espero não nos enviem de volta ao passado.
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