"Causa-me algum desconforto esta tentativa de sob a capa do trabalho sexual e do trabalhador do sexo se tentar fazer passar a prostituição por uma actividade como outra qualquer". - Helena Matos (who else?) no "Blasfémias".
Claro que a prostituição não é uma actividade como "outra qualquer", tal como não o são jogador de futebol, mineiro, empregado bancário, bailarino, motorista de ligeiros ou pesados, caixeiro viajante and so on. Todas estas, e quaisquer outras, têm as suas especificidades. Mas o que Helena Matos está a fazer ao colocar de um lado, isolando-a, a prostituição e do outro, indiscriminadamente, o conjunto formado por todas as outras profissões é, pura e simplesmente, a discriminar negativamente, e por oposição, a actividade sexual, lançando-a à partida para um gueto, no limite tornando-a maldita. Infelizmente, é esta a diferença entre o conservadorismo tradicional e os pseudo-liberais que nos governam: enquanto os primeiros assumem normalmente uma posição hipócrita, fingindo não verem e não existir o que os incomoda, os pseudo-liberais "ex-maoístas" reconhecem-no para o poderem oficialmente discriminar. Assim não vamos longe...
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