A mais do que provável venda da Controlinveste (TSF, JN, DN, O Jogo) a um grupo angolano (recorde-se que o grupo da mesma nacionalidade Newshold já detém o "Sol" e, pelo menos, 15% do capital da Cofina - Record e CM), originário de um país onde a liberdade de expressão e independência empresarial são uma miragem, vem mais uma vez provar a inoportunidade da privatização ou concessão da RTP a privados. Depois da venda da EDP e da REN ao Estado chinês (não, não foi uma privatização) e da provável alienação da TAP a um empresário de reputação duvidosa (ou outro dia alguém me dizia, com certeiro sentido de humor, que a reputação do dono da Avianca era tudo menos duvidosa, já que não existia qualquer dúvida sobre a sua falta de respeitabilidade empresarial), a perspectiva de destino idêntico para a RTP é de fazer gelar o sangue a qualquer cidadão amante da liberdade e da democracia. Penso que até o governo, ao prever a hipótese de recuo na venda da TAP, poderá já ter percebido, até por questões de encaixe financeiro aquém do esperado, da inoportunidade de alguns destes negócios. Pois tem agora, face ao negócio da venda da Controlinveste e ao terramoto que parece abalar o sector da comunicação social (Lusa, "Público", Newsweek, El País), uma boa oportunidade para pensar duas vezes e demonstrar as suas convicções democráticas (se é que as tem), adiando sine die o negócio RTP. Assim tal seja ainda possível em função de compromissos eventualmente já assumidos.
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