Peço imensa desculpa, mas esta coisa de um "governo de salvação nacional", ou de "iniciativa presidencial", contém em si mesma um certo tom de regresso aos passado oitocentista, ao que se chamava na altura "governar em ditadura", fechando ou subalternizando o parlamento durante um prazo previamente definido, mas mantendo o essencial das liberdades, da acção legal dos partidos políticos, etc, etc. A de João Franco teve como consequência o regicídio e, dois anos mais tarde, uma revolução e a mudança de regime.
Gostemos ou não (e eu não me revejo nele), o partido maioritário do actual governo ganhou as eleições, tem maioria absoluta no parlamento e, assim, tem toda a legitimidade para governar. Caso tal se revele de todo em todo impossível, e como dificilmente o PSD aceitará propor um outro primeiro-ministro, não legitimado pelo voto popular, deverá o Presidente da República convocar eleições e formar-se um novo governo, maioritário ou de coligação, que respeite os resultados eleitorais. E não inventem, se fazem favor.
5 comentários:
Eleições para quê? Existem alternativas?
Em democracia, existem sempre alternativas. Um governo dito de "salvação nacional" é que me parece uma alternativa pouco ou nada democrática, caro Rato.
Lamentável é pensar-se que não há alternativas!!!
Há sempre, nem que sejam más, como a actual!!!
GM
Alternativas existem.
Com os partidos do arco do poder...é mais do mesmo.
Então, caro anónimo das 10.44h, os portugueses que votem noutros. Certo?
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