Penso que, sem dotes de pitonisa, dificilmente alguém poderá concluir, com elevado grau de certeza, se Portugal terá ou não de recorrer a ajuda internacional (leia-se: FMI) para resolver o seu problema de financiamento. De um ponto de vista estritamente financeiro, tenho mesmo dúvidas sobre se tal coisa, a acontecer, não será a melhor solução: até pode ser que seja. Mas, como aqui afirmei, a decisão não se restringe à área económico-financeira, é política, e será sempre este factor a determiná-la em última instância.
E tanto que assim é que Nogueira Leite resolveu hoje dar de tal coisa prova cabal e evidente. Ao manifestar publicamente as suas sérias dúvidas – aliás, legítimas e fundamentadas em face da história recente – sobre a capacidade do governo para executar o orçamento do próximo ano, Nogueira Leite está a agir de modo totalmente contrário àquele que se esperaria de alguém que, na sua posição, quisesse enviar um sinal positivo aos mercados. Muito pelo contrário: com tais afirmações, o conselheiro económico da Passos Coelho tem apenas um (um e só um) objectivo: criar dificuldades políticas ao governo, tentando, para isso, fomentar uma situação de incerteza generalizada nos agentes económicos e financeiros, a nível nacional e internacional.
Digamos que talvez não lhe fique muito bem em termos "patrióticos", mas é assim mesmo a luta política.
E tanto que assim é que Nogueira Leite resolveu hoje dar de tal coisa prova cabal e evidente. Ao manifestar publicamente as suas sérias dúvidas – aliás, legítimas e fundamentadas em face da história recente – sobre a capacidade do governo para executar o orçamento do próximo ano, Nogueira Leite está a agir de modo totalmente contrário àquele que se esperaria de alguém que, na sua posição, quisesse enviar um sinal positivo aos mercados. Muito pelo contrário: com tais afirmações, o conselheiro económico da Passos Coelho tem apenas um (um e só um) objectivo: criar dificuldades políticas ao governo, tentando, para isso, fomentar uma situação de incerteza generalizada nos agentes económicos e financeiros, a nível nacional e internacional.
Digamos que talvez não lhe fique muito bem em termos "patrióticos", mas é assim mesmo a luta política.
3 comentários:
Meu caro,
Sabendo mesmo, caso resulte em pleno a estratégia, e as dificuldades políticas criadas acabem em derrube do governo, a mesma, além de servir inteiramente pelo alcançe do objectivo, serve ainda como desculpa para o governo que se segue.
Sempre assim foi e sempre (ozalá não) será.
Cumprimentos
Sem intençao troquei o "x" porque não gosto de empates (nem empatas)
Nem sempre é assim. O 1º governo de Cavaco Silva apanhou o trabalho já feito pelo governo do Bloco Central, c/ Soares como 1º ministro e Hernâni Lopes nas Finanças.
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