Inteligente a resposta de José Sócrates à entrevista de Luís Amado ao “Expresso”. Não só evita demonstrar eventuais discordâncias políticas no seio do governo, como remete para a oposição o ónus da não existência de um governo de coligação, o que não sendo inteiramente mentira está longe de constituir verdade absoluta.
Gostava, no entanto, de ter ouvido uma resposta firme do primeiro-ministro à eventualidade, colocada por Luís Amado, de um abandono futuro da moeda única. Sair do euro é fundamentalmente uma questão política - muito longe, portanto, de se tratar de uma decisão ditada apenas por questões de ordem económica – e significa não só a derrota do projecto político de integração europeia iniciado com o 25 de Abril e com a democracia, de um Portugal moderno e progressivo, como a condenação do país a uma condição periférica e ao seu empobrecimento relativo. Que, dentro do governo, a ideia venha do seu ministro que se tem mostrado mais “atlantista”, não deixa de ser sintomático.
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