Sejamos claros: não é apenas a garantia de emprego para a vida dos servidores do Estado que faz com que apenas na Administração Pública (e similares) a greve atinja proporções significativas. Esse será um factor importante, mas o modo como está organizado e estruturado todo o sector - sem processos de avaliação credíveis, demasiada centralização, pouca autonomia, desresponsabilização e níveis de decisão em excesso, nomeação das chefias demasiado dependente dos partidos fazendo das instituições de Estado autênticos campos de batalha político/partidários, indiferenciação salarial em cada função, progressão por antiguidade, etc, etc – estando na base de uma ausência de identificação de cada trabalhador com a estrutura e objectivos da instituição para a qual trabalham, com a subsequente “proletarização”, e limitando a afirmação individual, assume também aqui um papel relevante.
Talvez não fosse má ideia os governos começarem por aqui, mas sempre tem faltado coragem política.
Talvez não fosse má ideia os governos começarem por aqui, mas sempre tem faltado coragem política.
2 comentários:
Caro JC
Inteiramente de acordo. Mas como os exemplos devem vir "de cima", como é possivel com justiça e moral fazer mudanças necessárias e inadiaveis, quanto os exemplos que vêm "de cima" (de quem nos (des)governa) são fartos em compadrio, incompetência, corrupção, "jobs for the boys and girls".
Não vamos lá. A crise também é (e muito) de valores e referências.
Cumprimentos
Claro. Os valores e referências tb têm uma componente política.
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