Pedro Marques Lopes (vale normalmente a pena lê-lo, mesmo quando se discorda) enuncia num seu artigo no DN uma série de razões pelas quais seria um erro para o PSD assestar as suas baterias preferencialmente em José Sócrates, falando da possibilidade do partido aceitar entendimentos mais alargados com o PS no caso de estes não incluírem o seu actual líder. De um modo geral, apenas com a ressalva das políticas que nos conduziram a este “estado de coisas” não serem da exclusiva responsabilidade do PS mas terem começado com os dez anos de maioria absoluta de Cavaco Silva, estou de acordo com PML. Mas permito-me acrescentar o racional que estará na base dessa eventual proposta do PSD: um primeiro-ministro que não tenha sido previamente sujeito e “validado” pelo sufrágio eleitoral será sempre um chefe de governo extremamente fragilizado, e o PSD e Santana Lopes sabem-no perfeitamente, o que daria óbvias vantagens ao partido de Passos Coelho. Assim sendo, não só o PS nunca cairia nessa armadilha como, adianto, a última coisa que o país precisa neste momento é de um primeiro-ministro ainda mais fragilizado, mesmo que essa fragilidade seja temperada por quaisquer acordos bilaterais.
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