Tenho dificuldade em compreender o espanto de muitos comentadores e analistas sobre a adesão dos trabalhadores da AutoEuropa, com salários e regalias acima da média e exemplo de sindicalismo reformista e de empresa onde se pratica a concertação, à greve da passada quarta-feira. Muito simples: sendo talvez exemplo único – ou pelo menos o melhor deles e certamente o mais bem sucedido - de concertação e sindicalismo reformista e estando, por esse mesmo motivo, frequentemente na mira do sindicalismo “quanto pior melhor” ligado às estruturas do PCP, a comissão de trabalhadores da AutoEuropa perderia qualquer credibilidade se decidisse não aderir á greve, facilitando assim as acusações de “amarelismo” e a ofensiva das estruturas sindicais mais radicais na empresa, o que não constituiria novidade. Algo que – provam-no os resultados conseguidos - não interessa a trabalhadores, administração da empresa e, porque não dizê-lo, muito menos ao governo. Certamente também não ao país!
Sem comentários:
Enviar um comentário