Não sei se já repararam no declínio dos chamados clubes secundários das duas grandes cidades, Lisboa e Porto. Na capital, o Estrela faliu e o CFB, se para lá não caminha, debate-se, na Liga de Honra, com graves problemas financeiros e desportivos; o SCP, não podendo ser considerado um clube secundário, enfrenta problemas financeiros por demais conhecidos. No Porto, Boavista (este depois de ter sido campeão nacional e participante regular nas provas da UEFA) e Salgueiros remeteram-se às competições amadoras e Leixões dificilmente se "aguenta" na I Liga. Enquanto isto acontece, alguns clubes de cidades de média dimensão alcançam resultados desportivos de algum relevo: SC Braga, com forte contributo da sua autarquia (a verdadeira dona do clube) substitui o Boavista como"challenger" na luta pelo título e participante nas provas europeias; VSC, que consegue ter assistências regulares de 20 000 pessoas, parece querer assumir o lugar de destaque que a sua dimensão justifica; Nacional, com enorme apoio financeiro do Governo Regional, consegue resultados desportivos muito acima do que a sua importância enquanto clube poderia esperar e Marítimo (para quem o Governo Regional está a construir um estádio) apenas o não acompanha por total inépcia da sua gestão desportiva.
Conclusões? Acho o assunto merece uma análise mais aprofundada, mas, para já, esta situação parece ser bem demonstrativa das fragilidades evidenciadas por clubes que, não tendo alcançado dimensão nacional (SLB) ou de "bandeira" de uma região com importância suficiente para questionar o poder central (FCP), apenas conseguem massa crítica para sobreviver e alcançar resultados desportivos de relevo com um fortíssimo apoio e interligação com as estruturas locais de poder, o que mais dificilmente acontece nas grandes cidades.
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