Segundo nos informam os “media” e o próprio “site” do Bloco de Esquerda, este terá questionado o governo sobre o almoço de despedida, que o BE classifica como privado, oferecido por três empresas públicas do sector dos transportes, entre as quais a Refer e a CP, à secretária de estado cessante Ana Paula Vitorino, almoço esse pago com recurso aos cartões de crédito dessas empresas. Faz bem o BE, por um lado, pois essa (questionar o executivo, controlar os actos governativos e zelar pela boa gestão das empresas públicas) é uma das funções essenciais dos deputados e que estes devem exercer sem inibições e sempre que julgarem necessário. Mas, por outro lado, terá o BE razão? Pessoalmente, e apenas pelo que me foi dado ler pois não possuo mais qualquer outra informação sobre o assunto, acho que não. Porquê?
Nas empresas de maior dimensão e mais estruturadas é habitual existir uma verba, normalmente incluída no orçamento aprovado para cada direcção ou departamento, destinada a pequenas acções de relações públicas: pequenas ofertas a funcionários que deixam a empresa, refeições oferecidas a empregados, colaboradores ou àqueles com quem a empresa se relaciona na sua actividade (fornecedores, clientes, entidades oficiais, etc – os chamados “stakeholders”), pequenas ofertas de Natal (não, não estou a falar de corrupção, mas daqueles presentes de poucas dezenas de euros normalmente denominados no jargão da gestão como “good will offers) e acções de teor semelhante. Enfim, e para não ser exaustivo, um conjunto de actos de gestão que a empresa assume como podendo contribuir para um seu bom ambiente interno e correcto relacionamento com o “meio-ambiente” em que se movimenta. Habitualmente, e em proporção com meios financeiros movimentados, é um verba modesta, desse modo pouco ou nada afectando os resultados da empresa.
Parece-me ser este o caso - perfeitamente justificado, portanto – de um almoço, que nada tem de privado, oferecido a uma secretária de estado cessante. Numa empresa pública, mormente, como é o caso, naquelas que apresentam prejuízos elevados, essas acções devem ser eliminadas? Penso que não, pois isso em nada iria contribuir, antes pelo contrário, para uma melhoria dos seus resultados e do relacionamento interno e externo da empresa. Bom senso e parcimónia, isso sim, devem presidir à respectiva orçamentação e controle de execução. E é exactamente a isso (a floresta), a não ao simples e, parece-me, mais do que justificado almoço (a árvore), que os deputados (quaisquer, e não apenas os do BE) devem estar atentos.
Conforme tenho repetidamente afirmado, é bem tempo de nos deixarmos destes "fait-divers" populistas para voltarmos a falar de política.
Nas empresas de maior dimensão e mais estruturadas é habitual existir uma verba, normalmente incluída no orçamento aprovado para cada direcção ou departamento, destinada a pequenas acções de relações públicas: pequenas ofertas a funcionários que deixam a empresa, refeições oferecidas a empregados, colaboradores ou àqueles com quem a empresa se relaciona na sua actividade (fornecedores, clientes, entidades oficiais, etc – os chamados “stakeholders”), pequenas ofertas de Natal (não, não estou a falar de corrupção, mas daqueles presentes de poucas dezenas de euros normalmente denominados no jargão da gestão como “good will offers) e acções de teor semelhante. Enfim, e para não ser exaustivo, um conjunto de actos de gestão que a empresa assume como podendo contribuir para um seu bom ambiente interno e correcto relacionamento com o “meio-ambiente” em que se movimenta. Habitualmente, e em proporção com meios financeiros movimentados, é um verba modesta, desse modo pouco ou nada afectando os resultados da empresa.
Parece-me ser este o caso - perfeitamente justificado, portanto – de um almoço, que nada tem de privado, oferecido a uma secretária de estado cessante. Numa empresa pública, mormente, como é o caso, naquelas que apresentam prejuízos elevados, essas acções devem ser eliminadas? Penso que não, pois isso em nada iria contribuir, antes pelo contrário, para uma melhoria dos seus resultados e do relacionamento interno e externo da empresa. Bom senso e parcimónia, isso sim, devem presidir à respectiva orçamentação e controle de execução. E é exactamente a isso (a floresta), a não ao simples e, parece-me, mais do que justificado almoço (a árvore), que os deputados (quaisquer, e não apenas os do BE) devem estar atentos.
Conforme tenho repetidamente afirmado, é bem tempo de nos deixarmos destes "fait-divers" populistas para voltarmos a falar de política.
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