Vieira da Silva terá ou não razão ao falar de espionagem política no caso das escutas ao primeiro-ministro; mas parece já não restarem dúvidas de que existe uma agenda política, já muito pouco escondida, na actuação da magistratura. Mas Vieira da Silva cometeu dois erros fatais ao falar publicamente daquilo que ele pensa ser a tal “espionagem política”: em primeiro lugar, ao intrometer-se no terreno da magistratura, cometeu um claro atentado contra a separação de poderes, um dos pilares fundamentais do Estado de Direito; em segundo lugar, com o pretexto de defesa da sua honra, deu oportunidade a que a própria magistratura, derradeira garantia dos direitos e liberdades dos cidadãos, ao questionar PGR e STJ e ao propor, em última análise, a divulgação das escutas, secundando PCP e PSD, também o fizesse, o que é gravíssimo e inaceitável mas deixa a Vieira da Silva o ónus de causador primeiro de tal grave acto.
Moral da história? Talvez seja esta a oportunidade para pensarmos que, ao contrário do que diz a vox populi, nem sempre é defensável que os políticos digam ao povo a verdade.
Moral da história? Talvez seja esta a oportunidade para pensarmos que, ao contrário do que diz a vox populi, nem sempre é defensável que os políticos digam ao povo a verdade.
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