Não será essa a causa da crise da justiça, nem sequer um dos principais entraves à correcção da forma como é administrada. Mas, confesso, não gosto de ver juizes e magistrados envolvidos em debates televisivos, entrevistas aos telejornais, autores de artigos de opinião fora das revistas jurídicas. Como nunca gostei de os ver envolvidos com o futebol. Não penso essa presença em algo contribua para a resolução de quaisquer problemas, antes tendendo a agravá-los. A investigação judicial e a administração da justiça, a sua independência, exigem, quanto a mim, um certo recato, a necessária dignidade reflectida no ritual nada gratuito da sala de um tribunal, pouco compatíveis com o contributo para o justicialismo populista a que, na situação actual, essas aparições públicas acabam sempre, independentemente da vontade de cada um, por dar origem.
Que contributo deu o debate de ontem do “Prós & Contras” para a resolução dos problemas da justiça em Portugal? Nenhum, ou muito pouco, escancarando, isso sim, à evidência, mesmo para o cidadão desprevenido, a actual luta político/corporativa, nos dois sentidos, que se trava entre a magistratura e os políticos e que está no cerne da crise. Aquilo que vulgarmente se designa por justicialização da política e politização da justiça e para as quais, verdadeiramente, não se vislumbra solução.
Que contributo deu o debate de ontem do “Prós & Contras” para a resolução dos problemas da justiça em Portugal? Nenhum, ou muito pouco, escancarando, isso sim, à evidência, mesmo para o cidadão desprevenido, a actual luta político/corporativa, nos dois sentidos, que se trava entre a magistratura e os políticos e que está no cerne da crise. Aquilo que vulgarmente se designa por justicialização da política e politização da justiça e para as quais, verdadeiramente, não se vislumbra solução.
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