segunda-feira, novembro 02, 2009

Hugo Viana e o jornalismo desportivo em Portugal

Hugo Viana, um jogador das escolas do SCP, depois de uma época 2001/2002 onde a crítica desportiva o catapultou para a fama - talvez porque o SCP precisasse de valorizar um activo vendável (não me pronuncio; não o vi jogar nesse ano) - acabou por ver o seu passe vendido ao Newcastle United, da Premiership, clube onde nunca se conseguiu impor. Voltou ao SCP na época de 2004/2005, finda a qual seguiu o caminho do Valência onde ficou durante as duas épocas seguintes (vi-o jogar no Santiago Bernabéu, entrando nos “descontos”, para “entreter”, num Real Madrid-Valência que este último venceu por 2-1). Não se impôs e foi emprestado ao Osasuna (um clube de “sobe e desce”) em 2007/2008 (onde pouco jogou), voltando ao Valência, para não jogar, na época seguinte. Ou seja, em sete épocas em equipas médias do grande futebol, e passando por dois campeonatos de topo (Premiership e Liga Espanhola), nunca se conseguiu impor e justificar os méritos que a crítica portuguesa lhe reconhecia, algo que devia dar que pensar a essa mesma crítica.

Agora, no S. C. Braga, depois de ter marcado quatro golos em nove jogos, dois ao Belenenses, um a V. de Setúbal (ambas, equipas que talvez não jogassem sequer na 2ª divisão de Espanha) e um, de livre directo, ao SLB, a crítica desportiva, como se tal coisa apagasse sete épocas de fracasso quando e onde tudo se torna mais exigente, faz dele o homem do momento, verberando o SCP por não o ter trazido de volta e, inclusivamente, sugerindo Carlos Queiroz o deveria ter em conta. É assim o jornalismo desportivo em Portugal.

3 comentários:

Anónimo disse...

Existe jornalismo desportivo em portugal ?
Tenho ideia de ter "desaparecido" há alguns anos.

JC disse...

Haver há; mas, genericamente, mtº mau e c/ uma agenda que se confunde frequentemente c/ interesses de clubes e empresários.

Anónimo disse...

Caro

A minha pseudo-questão, no fundo pretendia concluir o que referiu. Genéricamente muito mau. Ora muito mau significa do meu ponto de vista inexistência do dito jornalismo desportivo. Recordo-me de "A Bola" ter sido um dos bastiões onde a lingua portuguesa era tratada com o máximo respeito. Hoje, para além da tal agenda determinada pelos tais interesses que em nada dignificam o (verdadeiro)jornalismo desportivo, que não apenas o futebol, o pontapé na gramática é uma constante.