terça-feira, fevereiro 03, 2009

"Il Ballo"

"Il Gattopardo", de Luchino Visconti (1963)

Talvez por causa da primeira valsa das noivas, em que o pai “entrega” a filha ao noivo agora marido, um baile é sempre excelente metáfora fílmica para uma transição de poder. Não sei foi usada antes ou tornou a ser utilizada depois como tal metáfora na História do cinema, mas por certo nunca antes ou depois assumiu a mesma notoriedade, a mesma carga política, o mesmo encanto – já agora, a mesma duração. Até porque nunca mais teve Claudia Cardinale, “esta” Claudia Cardinale. Também Lampedusa e também Verdi, como o Verdi do "Trovatore" teria o “Senso”.

Devo dizer que não sou especial admirador da operática Verdiana; prefiro o seu “Requiem” e na ópera o seu contemporâneo Wagner, um dos meus génios de cabeceira e tenho tão poucos. Como também não sou de Brükner, e nunca vi e ouvi ambos, Verdi e Brückner - o Brückner de “Senso” –, tal como também Mahler, tão bem e tão a propósito como em Visconti. Mas também, devo dizer, que nunca como em Visconti vi tão bem filmada uma gloriosa decadência e aqui também me lembro de “La Caduta Degli Dei”, que também um dia transportarei comigo para o outro mundo ou, maiscerto, mundo nenhum.

Pois aqui está um pequeno excerto desse mais famoso baile, de um filme ("Il Gattopardo") que tive a rara felicidade de rever não há muitos anos reposto no Nimas, que isso de “cinema em casa” é bem mas para outras “fitas”.

Ah, a valsa! Pois é a “Valsa Brilhante” de Giuseppe Verdi, claro.

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