quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Braga e Torres Vedras: provincianismo e pobreza

Que significam os tristes episódios proibicionistas do “Magalhães” de Torres Vedras ou da reprodução do quadro de Courbet? Que existem pulsões autoritárias e censórias na sociedade portuguesa? Não me parece: não nego essas pulsões existam, mas não se expressarão deste modo. Virão mais de quem pretende que uma qualquer ditadura ou regime musculado ajudem à implementação das reformas necessárias à resolução da crise endémica da economia portuguesa, à “imaginada” falta de segurança, e essas não passarão, por certo, pelo menos preferencialmente, por atitudes deste tipo. Note-se que não me estou a referir ao “desabafo” de Ferreira Leite, apenas e nada mais do que um desabafo inofensivo de alguém politicamente inábil, mas a certas tendências populistas e securitárias que por aí se expressam, desde o OSCOT às caixas de comentários dos blogs e fóruns de opinião.

O que os episódios de Torres Vedras e Braga expressam uma vez mais é, isso sim - e não é nenhuma novidade - a incompetência e provincianismo de quem ocupa os lugares intermédios do aparelho de estado, sem formação e “mundo”, tementes a Deus, ao Diabo e a um qualquer “Gauleiter” de ocasião, num país periférico e saído há pouco da “idade agrícola”. Significam, no fundo, subdesenvolvimento, pequenez. Numa palavra: pobreza.

1 comentário:

gin-tonic disse...

A cultura, caro João, é a basezinha que lhes falta!...