Podemos pensar o que quisermos sobre as notícias que pretendem envolver o primeiro-ministro em negócios ou actividades ilícitas ou ilegais no passado. Ou no presente. Sobre os jornalistas, directores e editores que as promovem. Sobre os proprietários dos “media” que as veiculam: seus interesses, alegadas vinganças ou intenções obscuras. Somos livres de comprar, ver e ouvir tais suportes, de decidir não o fazer. Vivemos num país que se quer livre e onde existem leis e tribunais que protegem cidadãos, governantes ou não, o seu bom nome e idoneidade. Ou queremos que existam. Quero nisso acreditar e acho ainda é assim que acontece.
Exactamente por isso, não gostei de ouvir o secretário-geral do PS, eleito pelo país primeiro-ministro - e por muitas e boas razões que possam existir para a sua indignação (e não duvido que as haja) -, bradar contra directores de jornais e responsáveis de televisões. Confesso isso me incomodou e uma boa lição de superioridade democrática teria sido nunca o ter feito. Mesmo que tivesse querido referir-se ao caso, podia, e devia, tê-lo feito em abstracto. Ficou no ar uma amarga sensação de constrangimento, um sabor a argumento em “último ratio” de dirigente de clube de futebol em dificuldades. Qualquer coisa de “Chavista”. No mínimo, um “não sei bem o quê” de autoritarismo terceiro-mundista, de pequenez intelectual e populista.
A partir de agora, o primeiro-ministro instituiu oficialmente a dúvida legítima sobre o constrangimento da informação. Ou concedeu o beneficio da dúvida para que achemos credíveis os que falam de medo. Deu razão aos que o acusam. No limite, fez-nos – a todos – duvidar do seu bom senso político, da sua estatura de governante europeu. Como já deve ter percebido, nada terá a ganhar com isso e alguma coisa poderá estar a perder. Repito: por mim, bem gostaria de viver num país em que um qualquer ministro nunca o fizesse.
Exactamente por isso, não gostei de ouvir o secretário-geral do PS, eleito pelo país primeiro-ministro - e por muitas e boas razões que possam existir para a sua indignação (e não duvido que as haja) -, bradar contra directores de jornais e responsáveis de televisões. Confesso isso me incomodou e uma boa lição de superioridade democrática teria sido nunca o ter feito. Mesmo que tivesse querido referir-se ao caso, podia, e devia, tê-lo feito em abstracto. Ficou no ar uma amarga sensação de constrangimento, um sabor a argumento em “último ratio” de dirigente de clube de futebol em dificuldades. Qualquer coisa de “Chavista”. No mínimo, um “não sei bem o quê” de autoritarismo terceiro-mundista, de pequenez intelectual e populista.
A partir de agora, o primeiro-ministro instituiu oficialmente a dúvida legítima sobre o constrangimento da informação. Ou concedeu o beneficio da dúvida para que achemos credíveis os que falam de medo. Deu razão aos que o acusam. No limite, fez-nos – a todos – duvidar do seu bom senso político, da sua estatura de governante europeu. Como já deve ter percebido, nada terá a ganhar com isso e alguma coisa poderá estar a perder. Repito: por mim, bem gostaria de viver num país em que um qualquer ministro nunca o fizesse.
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